Publicado em: 07/10/2025 às 10:30hs
O Paraná consolidou-se como o maior produtor de mel do Brasil, respondendo por 14,6% da produção nacional. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado produziu 9,8 mil toneladas de mel em 2024, volume 16% superior ao registrado em 2023. O desempenho coloca o Paraná à frente de estados como Piauí (12,6%), Rio Grande do Sul (12%), Minas Gerais (10,9%), São Paulo (10%) e Ceará (9%).
Os dados constam no Boletim Semanal do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), que também detalha o avanço das exportações de soja, o ritmo da colheita de trigo, e o desempenho das cadeias de suínos, bovinos e frangos.
A produção nacional de mel em 2024 atingiu 67,3 mil toneladas, o maior volume da série histórica iniciada em 2016. O veterinário Roberto Carlos Andrade e Silva, do Deral, destacou que o setor vem superando desafios como condições climáticas adversas, uso de agrotóxicos, desmatamento e poluição ambiental.
No Paraná, dois municípios ganharam destaque nacional: Arapoti, segundo maior produtor do país, com 1,12 milhão de quilos, e Ortigueira, em quinto lugar, com 805 mil quilos — ambos localizados na região dos Campos Gerais.
Entre janeiro e agosto de 2025, o Paraná exportou 11,15 milhões de toneladas de soja, segundo o Deral. Para a próxima safra, o plantio já cobre 26% da área prevista, de 5,77 milhões de hectares.
A oleaginosa continua sendo um dos pilares das exportações agrícolas do estado, com forte contribuição para a balança comercial e geração de renda no campo.
Com 53% da área colhida até o início de outubro, a produção de trigo no Paraná atingiu 1 milhão de toneladas, e deve dobrar até o fim do mês, alcançando as 2,68 milhões de toneladas estimadas em uma área de 825 mil hectares.
O preço da saca do cereal foi cotado a R$ 65 no início do mês. Segundo Hugo Godinho, do Deral, a demanda mensal brasileira gira em torno de 1 milhão de toneladas, o que deve gerar um excedente de oferta até novembro. Mesmo com o encerramento da colheita paranaense, os preços devem continuar pressionados pelas safras do Rio Grande do Sul e da Argentina.
O boletim do Deral também aponta que a produção de gramados e plantas ornamentais perenes movimenta R$ 164,7 milhões, equivalente a 60,6% do Valor Bruto de Produção (VBP) da floricultura paranaense.
A região de Maringá lidera a produção de gramas, com 28,3% do total, seguida por Curitiba (24,5%), Londrina (16,1%) e Cascavel (14%). O município de Marialva, no Noroeste, possui a maior área cultivada, com 3,7 milhões de m².
As plantas ornamentais também têm papel relevante, com um VBP de R$ 35,2 milhões e produção de 1,72 milhão de unidades, destacando as regiões de Curitiba e Maringá como principais polos.
O Paraná registrou alta de 33,9% na criação de suínos para reprodução, resultado do avanço em programas de melhoramento genético. O VBP das fêmeas reprodutoras chegou a R$ 668,4 milhões, alta de 5,5%, enquanto o dos machos cresceu 145%, alcançando R$ 395,5 milhões em 2024.
Os municípios que mais se destacam na produção são Ouro Verde do Oeste (21,6%), Toledo (16,7%) e São Pedro do Iguaçu (8,9%). Segundo Priscila Marcenovicz, do Deral, esses resultados reforçam a importância estratégica da suinocultura reprodutiva para a economia regional.
As exportações de carne bovina seguem firmes e ajudam a sustentar os preços. Em agosto, o Brasil embarcou 295 mil toneladas, gerando US$ 1,6 bilhão. O produto foi negociado a US$ 5,40/kg, frente aos US$ 4,35/kg de agosto de 2024.
No mercado interno, o atacado paranaense registrou alta nas cotações: o dianteiro foi vendido a R$ 18,33/kg, aumento de 32%, e o traseiro a R$ 24,95/kg, elevação de 15% na comparação anual.
O custo de produção do frango vivo em aviários climatizados no Paraná caiu para R$ 4,59/kg em agosto, redução de 0,2% frente ao mês anterior, conforme a Central de Inteligência de Aves e Suínos (Cias/Embrapa). Apesar disso, o valor ainda é 1,3% superior ao registrado no mesmo mês de 2024.
O ICPFrango acumula queda de 4,09% no ano, impulsionado pela redução nos custos de ração e genética, embora tenha havido alta em energia elétrica e sanidade animal.
A alimentação representa 64,05% do custo total de produção, com valor médio de R$ 2,94/kg. O preço ao produtor ficou em R$ 4,92/kg, leve retração de 1,8% em relação a julho, mas 6% acima do valor observado em agosto do ano passado.
Fonte: Portal do Agronegócio
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