Publicado em: 27/08/2025 às 18:40hs
O Índice de Ruptura da Neogrid, que mede a ausência de produtos nas gôndolas dos supermercados, fechou julho em 12,2%, queda de 1,4 ponto percentual em relação a junho (13,6%). A melhora foi puxada principalmente por alimentos básicos como arroz, feijão, açúcar, azeite e café.
O único segmento que registrou aumento nas faltas foi o de ovos, influenciado por custos mais altos e menor oferta.
Segundo Robson Munhoz, diretor de Relações Corporativas da Neogrid, a retração está ligada ao consumo mais racional do brasileiro e à estabilidade no fornecimento. “Não se trata exatamente de desaceleração, mas de um comportamento mais seletivo dos consumidores em um varejo que não cresceu em julho”, explicou.
A queda de 0,5 p.p. na ruptura do açúcar reflete maior estabilidade na oferta. A safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul foi beneficiada pelo clima seco, o que acelerou a moagem e garantiu matéria-prima em volume suficiente.
No mercado interno, os preços recuaram na maioria das categorias:
O arroz registrou retração de 1,3 p.p. na ruptura, apoiado em recomposição de estoques e importações pontuais. Segundo a Conab, a safra 2024/25 deve apresentar leve recuperação, puxada pelo aumento de área no Sul e maior eficiência de manejo.
Preços recuaram em todas as versões:
A ruptura do azeite caiu 1,5 p.p., resultado da melhora gradual da safra no Mediterrâneo, especialmente na Espanha, e da normalização parcial das exportações.
No Brasil, os preços também recuaram:
O café registrou recuo de 2 p.p. na ruptura, impulsionado pela boa safra brasileira 2024/25 e pela oferta global mais equilibrada. A qualidade dos grãos colhidos foi superior à média, o que ajudou a garantir abastecimento no mercado doméstico.
Nos preços, houve estabilidade:
O feijão teve a maior queda na ruptura, com recuo de 2,1 p.p. O clima seco em Goiás e Minas Gerais reduziu perdas por umidade, enquanto o Paraná manteve produtividade elevada, assegurando regularidade de oferta.
Todos os tipos registraram preços menores:
Ovos: custos mais altos pressionam oferta
Na contramão, os ovos registraram aumento de 0,9 p.p. na ruptura. A elevação dos custos da ração – principalmente milho e soja – e o clima frio, que reduz a postura das aves, impactaram diretamente a produção.
Nos preços, as variações foram:
O termo ruptura indica a porcentagem de produtos em falta nas prateleiras em comparação ao catálogo total de cada loja. Por exemplo, se um supermercado vende dez marcas de água mineral e apenas uma está sem estoque, a ruptura desse item é de 10%.
Esse índice considera todo o espaço físico da loja, incluindo gôndolas e áreas de armazenagem, mas não depende do histórico de vendas nem da demanda momentânea.
Fonte: Portal do Agronegócio
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