Os principais índices acionários da China encerraram a semana em queda nesta sexta-feira, revertendo duas semanas de ganhos. A recuperação econômica chinesa, evidenciada por dados recentes, foi ofuscada pela apreensão com a eleição presidencial nos Estados Unidos, que ocorrerá na próxima semana, e pelas incertezas quanto ao futuro das relações entre os dois países.

O clima de insegurança em torno da eleição americana e a possibilidade de novas tarifas sobre as exportações chinesas levaram investidores a buscarem proteção contra possíveis oscilações no iuan. “As exportações da China enfrentarão desafios independentemente de quem vencer a eleição nos Estados Unidos”, apontaram economistas do ANZ em nota oficial.

Para mitigar os impactos de possíveis tarifas adicionais, o Comitê Permanente do Congresso Nacional do Povo, que se reunirá entre 4 e 8 de novembro, deverá anunciar medidas de apoio fiscal e estratégias para a redução de riscos nos próximos três anos.

O setor econômico chinês tem mostrado sinais iniciais de recuperação devido às ações de estímulo promovidas por Pequim, especialmente nas áreas de habitação e indústria, segundo analistas e investidores. Apesar desses avanços, o índice SSEC, de Xangai, caiu 0,24% no fechamento de sexta-feira, e o índice CSI300, que reúne grandes empresas de Xangai e Shenzhen, registrou uma leve retração de 0,03%. Ao longo da semana, esses índices perderam 0,8% e 1,7%, respectivamente.

Desempenho dos Mercados na Ásia

Outros mercados da Ásia também sentiram os efeitos das incertezas globais. Em Tóquio, o índice Nikkei caiu 2,63%, fechando a 38.053 pontos. Já em Hong Kong, o índice Hang Seng subiu 0,93%, alcançando 20.506 pontos. Em Seul, o índice Kospi registrou queda de 0,54%, encerrando a 2.542 pontos, enquanto o Taiex, de Taiwan, recuou 0,18%, a 22.780 pontos. Em Cingapura, o índice Straits Times diminuiu 0,10%, fechando a 3.555 pontos, e em Sydney o S&P/ASX 200 teve queda de 0,50%, finalizando a 8.118 pontos.

As movimentações refletem a cautela dos investidores diante do cenário de incerteza, especialmente na China, onde a política econômica interna e os desafios externos moldarão os próximos passos da recuperação econômica.