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Açúcar inicia a semana em alta com expectativa de menor oferta global e incertezas na Índia

Expectativas de redução nas exportações indianas e maior uso da cana para etanol impulsionam os contratos futuros da commodity no início da semana


Publicado em: 25/11/2025 às 18:40hs

Açúcar inicia a semana em alta com expectativa de menor oferta global e incertezas na Índia

Os contratos futuros do açúcar abriram a semana em leve alta nas bolsas internacionais, impulsionados pelas expectativas de redução nas exportações indianas e pela possibilidade de maior destinação da cana-de-açúcar ao etanol. O cenário reforça a percepção de menor oferta global da commodity.

Preços sobem em Nova York com suporte da demanda

Na Bolsa de Nova York, as cotações do açúcar bruto encerraram o pregão de segunda-feira (24) em terreno positivo. O contrato com vencimento em março de 2026 avançou 0,04 centavo (+0,27%), fechando a 14,82 cents/libra-peso. O contrato para maio/26 subiu 0,06 centavo (+0,42%), negociado a 14,35 cents/lbp.

Já o julho/26 teve alta de 0,07 centavo (+0,49%), cotado a 14,29 cents/lbp, enquanto o outubro/26 registrou valorização de 0,08 centavo (+0,55%), encerrando o dia a 14,62 cents/lbp.

Cotações em Londres também encerram em alta

Na Bolsa de Londres, o movimento seguiu a mesma tendência. O contrato de março/26 subiu US$ 0,80 (+0,19%), sendo negociado a US$ 424,90 por tonelada. O vencimento de maio/26 avançou US$ 1,60 (+0,38%), para US$ 420,20 por tonelada. Já o contrato de agosto/26 teve alta de US$ 2,10 (+0,51%), cotado a US$ 415,60 por tonelada.

Expectativas na Índia sustentam preços internacionais

O principal fator de sustentação para os preços segue sendo o cenário na Índia, segundo maior produtor de açúcar do mundo. O Ministério da Alimentação indiano avalia um aumento no preço do etanol utilizado na mistura com a gasolina, o que pode levar as usinas locais a destinarem mais cana à produção de biocombustível.

Essa mudança tende a reduzir a disponibilidade de açúcar no mercado global, apoiando as cotações internacionais, que ainda operam próximas das mínimas observadas nos últimos cinco anos.

Exportações indianas limitadas impactam o mercado

O movimento ocorre após o governo da Índia autorizar, neste mês de dezembro, a exportação de 1,5 milhão de toneladas de açúcar na safra 2025/26 — volume inferior às expectativas iniciais de 2 milhões de toneladas.

Segundo informações da Reuters, as usinas indianas enfrentam dificuldades para fechar novos contratos devido à diferença entre os preços domésticos, mais elevados, e os preços internacionais, atualmente em patamares inferiores. Isso tem desestimulado os embarques, e especialistas avaliam que parte do volume autorizado pode não ser efetivamente exportado.

Cenário de menor oferta global favorece o Brasil

Com a possível retração nas exportações indianas, o Brasil — maior produtor e exportador mundial — pode ampliar sua participação no comércio internacional do açúcar. A tendência de valorização também reforça a atratividade da commodity brasileira, especialmente em um contexto de alta competitividade e câmbio favorável às exportações.

Fonte: Portal do Agronegócio

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