Feijão e Pulses

Mercado de Feijão: Preços Sustentados pelo Controle de Oferta Apesar da Demanda Fraca

Análise revela estabilidade nas cotações, com variações regionais e desafios na liquidez


Publicado em: 23/09/2024 às 11:40hs

Mercado de Feijão: Preços Sustentados pelo Controle de Oferta Apesar da Demanda Fraca

No início desta semana, o mercado de feijão carioca apresentou o comportamento esperado, com a demanda se mantendo estável. Segundo Evandro Oliveira, analista e consultor da Safras & Mercado, o feijão extra (padrão 9,5) foi destaque, registrando a negociação de três cargas entre R$ 285,00 e R$ 290,00 por saca. Por outro lado, o feijão padrão 8 (Sabiá e Dama) teve uma oferta maior, com quatro cargas disponíveis a preços variando entre R$ 210,00 e R$ 230,00, das quais metade foi vendida. O feijão comercial (nota 7,5), no entanto, enfrentou dificuldades, com apenas uma carga vendida a R$ 190,00, devido a defeitos, apesar de ofertas próximas a R$ 200,00.

Oliveira aponta que a escassez de lotes de feijão extra de alta qualidade (notas 9 e 9,5) indica uma limitação na oferta de produtos superiores, enquanto a demanda permanece baixa, refletindo a falta de necessidade de reabastecimento. Essa situação é especialmente notável nas regiões produtoras, como Minas Gerais e Goiás, resultando em um mercado com baixa liquidez.

Ao longo da semana, o cenário se manteve estável. No Paraná, 19% da área plantada foi cultivada, com 93% das lavouras apresentando boas condições. Os preços do feijão extra padrão 9 e 9,5 oscilaram entre R$ 270,00 e R$ 290,00 por saca, enquanto o feijão comercial se manteve na faixa de R$ 195,00 a R$ 210,00.

Conforme a semana avançava, a retração persistia tanto no atacado quanto nas regiões produtoras. O aumento da oferta e a cautela dos compradores, em função do fraco escoamento no varejo, resultaram em vendas limitadas. No entanto, o pós-pregão registrou algumas movimentações, especialmente em contratos de entrega futura.

Feijão Preto em Alta

No mercado de feijão preto, Oliveira observou que os preços começaram a semana firmes para lotes de melhor qualidade, cotados em torno de R$ 410,00 por saca. O feijão de qualidade comercial foi negociado entre R$ 370,00 e R$ 390,00. A oferta limitada, tanto nacional quanto importada, sustenta a demanda, com expectativas de ajustes de alta. Rumores indicam negócios pontuais fechados a R$ 360,00 em Mato Grosso e Goiás.

A baixa liquidez persistiu ao longo da semana, com transações limitadas nas regiões produtoras, especialmente no Paraná. Os preços do feijão comercial variaram entre R$ 310,00 e R$ 320,00, enquanto o de melhor qualidade se manteve entre R$ 370,00 e R$ 390,00. A crescente demanda e a atratividade dos preços estão incentivando investimentos na primeira safra 2024/25, especialmente em Santa Catarina.

Com o passar da semana, os preços do feijão extra de melhor qualidade permaneceram estáveis, atingindo R$ 420,00 por saca na Zona Cerealista de São Paulo. No Paraná, as cotações variaram entre R$ 320,00 e R$ 360,00 por saca FOB Ponta Grossa. O boletim da Emater/RS destacou o início do plantio da primeira safra 2024/25 no estado, com condições climáticas favoráveis beneficiando a germinação das lavouras.

O comércio exterior também desempenhou um papel significativo, com exportações totais de feijão atingindo 161,57 mil toneladas entre janeiro e agosto de 2024. O feijão comum, incluindo o preto, foi o principal responsável por esse aumento, com 72,65 mil toneladas exportadas, mais que triplicando em relação às 20,65 mil toneladas da temporada anterior. Essa forte demanda externa alivia a pressão sobre o mercado interno, que ainda enfrenta dificuldades na absorção do produto.

Fonte: Portal do Agronegócio

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