Café

Safra de café 2026/27 pode ser recorde no Brasil, aponta StoneX

Estudo prevê produção de 70,7 milhões de sacas, impulsionada pela recuperação do café arábica e clima favorável em importantes regiões produtoras


Publicado em: 14/11/2025 às 10:30hs

Safra de café 2026/27 pode ser recorde no Brasil, aponta StoneX
Projeção recorde para a safra de café brasileira

A safra de café 2026/27 do Brasil pode atingir recorde histórico de 70,7 milhões de sacas de 60 kg, segundo projeção divulgada pela StoneX nesta quinta-feira (13). O volume representa um aumento de 13,5% em relação ao ciclo anterior, resultado da recuperação da produtividade das lavouras de arábica, o que deve trazer alívio ao mercado global, ainda pressionado por déficits nos últimos anos.

Caso o número se confirme, o Brasil — maior produtor e exportador de café do mundo — superará sua melhor marca registrada até hoje, de 67,6 milhões de sacas na safra 2020/21. “Se esse cenário se consolidar, teremos uma oferta maior e um quadro mais equilibrado. Ainda assim, tudo depende do clima, que pode alterar as projeções”, explicou Fernando Maximiliano, analista da StoneX, em entrevista à Reuters.

Arábica lidera o crescimento; conilon recua

De acordo com o levantamento, o destaque da próxima safra será o café arábica, cuja produção deve alcançar 47,2 milhões de sacas, uma alta expressiva de 29,3% em relação à safra anterior. Já a produção de café canéfora (conilon e robusta), que atingiu patamar recorde em 2025, deve recuar 8,9%, somando 23,5 milhões de sacas.

Em 2020, o Brasil havia colhido 47,6 milhões de sacas de arábica e 20 milhões de canéforas, números próximos às estimativas atuais. Segundo a consultoria, o resultado de 2026/27 ainda ficará ligeiramente abaixo do potencial máximo nacional, devido a problemas nas floradas e irregularidade das chuvas durante o ciclo de desenvolvimento.

Minas Gerais e São Paulo devem impulsionar a produção

O estudo aponta que Minas Gerais, maior produtor de café arábica do país, deverá registrar crescimento em todas as regiões, com destaque para o Sul de Minas, que deve colher 17,2 milhões de sacas, um aumento de 21,1% em relação ao ciclo anterior.

Já em São Paulo, o avanço estimado é ainda mais expressivo: alta de 75,6%, impulsionada pelo retorno das áreas que haviam passado por “safra zero” após podas e novos plantios. Contudo, a StoneX alerta que o abortamento de floradas e o clima seco ainda causam preocupação entre os produtores.

Rondônia avança; Espírito Santo deve recuar

A produção de café robusta amazônico, cultivado em Rondônia, deve crescer 32%, alcançando 3,3 milhões de sacas. A consultoria atribui o resultado à recuperação das lavouras, condições climáticas favoráveis na florada e expansão das áreas cultivadas, além da renovação do parque cafeeiro.

Por outro lado, o Espírito Santo, principal produtor de conilon, deve registrar queda de 15% na produção, estimada em 16,3 milhões de sacas. O recuo é explicado pelo desgaste fisiológico das plantas e pela limitação do pegamento das floradas, influenciado por ventos frios e chuvas intensas durante o período crítico de desenvolvimento.

Recuperação de estoques e alívio para o mercado global

A StoneX destaca que a safra 2026/27 será fundamental para recompor os estoques mundiais de café, que vêm sendo reduzidos desde 2021. Segundo a consultoria, o mercado global acumulou déficits consecutivos entre 2021 e 2024, retirando mais de 22 milhões de sacas dos estoques internacionais.

“Essa produção deve representar um alívio significativo para o mercado, após anos de oferta limitada”, afirmou Maximiliano. Ele acrescentou que, mesmo com as limitações climáticas, o Brasil deve reforçar seu papel de principal fornecedor global de café, sustentando sua liderança nas exportações e contribuindo para a estabilidade do setor.

Fonte: Portal do Agronegócio

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