Publicado em: 09/06/2025 às 11:30hs
A consultoria financeira StoneX revisou, em junho, sua estimativa para a safra brasileira de trigo 2025/26. A nova projeção indica uma produção de 7,69 milhões de toneladas, representando uma queda de 2,7% em relação à expectativa divulgada no mês anterior.
Segundo Jonathan Pinheiro, consultor em Gerenciamento de Riscos da StoneX, os agricultores têm demonstrado menor interesse em investir na cultura do trigo neste ciclo de inverno, especialmente nos estados do Paraná e Rio Grande do Sul, que juntos concentram a maior parte da produção nacional.
A redução na estimativa de produção está diretamente relacionada ao recuo na área semeada. No Paraná, a área plantada está agora projetada em 905 mil hectares, enquanto no Rio Grande do Sul, deve ficar em torno de 1,1 milhão de hectares.
Com isso, a expectativa é de que a produção paranaense caia 2,2% e a gaúcha 4,3% na comparação com os dados do mês anterior.
Apesar da retração na área cultivada, a produtividade das lavouras segue elevada até o momento, o que sustenta a projeção de crescimento da produção total em relação ao ciclo 2024/25. Esse desempenho positivo das lavouras contribui para amenizar os efeitos da redução de área.
A StoneX também apontou uma redução na oferta interna de trigo, reflexo direto da queda na produção. Por outro lado, o avanço no plantio não tem sido acompanhado por uma comercialização de sementes no mesmo ritmo.
A consultoria observa que boa parte dos produtores pode estar utilizando estoques próprios de sementes. No entanto, não está descartada a possibilidade de que alguns desistam do cultivo nesta safra, o que explicaria a diminuição nas áreas plantadas e na produção.
Com o cenário de menor produção e demanda contida, a expectativa é de uma redução expressiva nos estoques finais de trigo no país. A nova estimativa da StoneX aponta estoques finais de 255 mil toneladas — queda de 44,3% em relação à projeção anterior e 38,1% abaixo do volume registrado na safra 2024/25.
Essa diminuição também impacta a relação estoque/uso, indicando um cenário de maior aperto na disponibilidade do cereal no mercado doméstico ao final da temporada.
A revisão da safra 2025/26 acende um alerta para a cadeia produtiva do trigo no Brasil, com perspectivas desafiadoras tanto do ponto de vista de oferta quanto de sustentabilidade dos estoques nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
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