Bovinos de Corte

Novilhos precoces representam 40% dos abates bovinos em Mato Grosso do Sul

Em 2023, Mato Grosso do Sul registrou mais de 3,5 milhões de bovinos abatidos, dos quais 40%, ou 1,3 milhões, foram novilhos precoces


Publicado em: 25/09/2024 às 12:00hs

Novilhos precoces representam 40% dos abates bovinos em Mato Grosso do Sul

Esses animais, reconhecidos por seu bom acabamento de carcaça e alta qualidade, têm se destacado no setor pecuário local, resultado do contínuo avanço das práticas de produção e da adoção de tecnologias pelos pecuaristas. Uma contribuição significativa para esses resultados é o programa Precoce MS, desenvolvido pelo Governo do Estado por meio da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação). Recentemente, o programa passou por uma reformulação, que equiparou os critérios de bonificação, dando igual importância às iniciativas sustentáveis, tanto no manejo quanto na qualidade do rebanho.

Com a nova estrutura do programa, implementada em abril de 2024, já há 521 técnicos habilitados que realizam vistorias em 2.250 propriedades rurais cadastradas. Nos últimos cinco meses, o Precoce MS contabilizou o abate de 657.224 animais em 26 frigoríficos, resultando em R$ 43.113.303,00 em incentivos concedidos.

Mato Grosso do Sul, que já é reconhecido por produzir a melhor proteína do Brasil, está em caminho para ser também destacado pelo seu eficiente processo produtivo. As informações foram apresentadas durante o Fórum Precoce MS, realizado no dia 23, que visou atualizar os Responsáveis Técnicos (RTs) sobre os novos critérios do programa. Em colaboração com a Associação dos Produtores de Novilho Precoce MS, o evento reuniu 180 profissionais para discutir as novas regras e adequações.

Na abertura do fórum, o secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação, Jaime Verruck, enfatizou a importância da pecuária para a produtividade do estado. “Embora já tenhamos alcançado resultados notáveis, como a redução do tempo médio de abate dos animais em 17 meses, o que discutimos hoje é um aprimoramento e modernização do programa”, afirmou o secretário.

Rafael Gratão, presidente da Associação Novilho Precoce MS, destacou que o programa transforma a pecuária no estado. “Entre os objetivos, está a oportunidade de adotarmos uma pecuária mais eficiente, o que nos permitirá comercializar nossa carne em mercados que valorizam a certificação, como o europeu”, explicou Gratão.

Frederico Stella, diretor-tesoureiro do Sistema Famasul, elogiou a credibilidade do Precoce MS. “A nova formulação de ações pode gerar incertezas, e este fórum é o espaço certo para esclarecimentos. Aqui estão as pessoas que conhecem o programa e poderão impactar o desempenho da pecuária no estado”, afirmou, alertando para o risco de encerramento do programa em 2032, caso não ocorram mudanças na reforma tributária.

O secretário Jaime Verruck reiterou que o programa representa um avanço tecnológico na pecuária. “Nos últimos oito a dez anos, a pecuária perdeu cerca de 4 milhões de hectares. Em vez de focarmos apenas na área, devemos reconhecer que a pecuária demonstrou um grande progresso tecnológico, com redução do tempo de abate e aumento na qualidade e no peso médio dos animais. Estamos produzindo mais carne de qualidade com menos hectares, e a pecuária é vital para o desenvolvimento econômico de Mato Grosso do Sul”, concluiu.

Durante o fórum, a gestora do Precoce MS, Gladys Espindola, apresentou os dados do programa. “Desde seu início, em 2017, já foram repassados mais de R$ 600 milhões aos produtores que conseguiram abatimentos de novilhos precoces”, destacou a veterinária.

Rogério Beretta, secretário-executivo de Desenvolvimento Econômico-Sustentável, avaliou que o encontro foi uma oportunidade valiosa para o aprimoramento dos responsáveis técnicos que acompanham o programa. “O objetivo deste evento é avançar e mostrar as oportunidades do Precoce MS aos técnicos e produtores. Nossa meta é evoluir para elevar a eficiência na produção pecuária em todas as mais de duas mil propriedades participantes”, finalizou.

Fonte: Portal do Agronegócio

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