O Rabobank divulgou sua análise semanal do cenário macroeconômico brasileiro, com destaque para a recente decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). O estudo, elaborado pelos especialistas Maurício Une e Renan Alves, intitulado "[BCB Copom] Um fiscal no caminho do BC", discute os desdobramentos da elevação da taxa Selic e os desafios inflacionários do Brasil.

Na reunião realizada, o Copom optou por uma elevação unânime de 50 pontos base (p.b.), levando a taxa Selic a 11,25%. Apesar da medida, as projeções de inflação para o horizonte relevante da política monetária continuaram a subir, com uma revisão de 10 p.b. a mais, totalizando 3,6% para o segundo trimestre de 2026. Isso coloca a projeção 60 p.b. acima da meta oficial, mesmo com as expectativas do mercado sugerindo que a Selic atinja 12,50% até junho de 2025.

A expectativa de inflação por parte dos agentes econômicos também foi revisada para cima, com um aumento de 20 p.b. nas estimativas para 2024 (agora 4,6%) e para 2025 (4,1%). Além disso, o cenário de 2026 também sofreu um ajuste, com a projeção para o segundo trimestre daquele ano passando para 3,6%.

Diante desse cenário, a análise do Rabobank sugere que o Copom precisará aumentar a taxa Selic a 13,00%, ao invés de 12,50%, como inicialmente previsto. A elevação para 12,50%, como precificado pelos mercados, não parece ser suficiente para alcançar a meta de inflação de 3,0% no horizonte relevante. Assim, os especialistas projetam que o Comitê deverá realizar um ajuste de 50 p.b. nas próximas três reuniões, com uma possível elevação final de 25 p.b. em maio de 2025.

A divulgação da ata da reunião do Copom, prevista para terça-feira, 12 de novembro, deve oferecer mais detalhes sobre as decisões do Banco Central e sua resposta à dinâmica inflacionária e à situação econômica do país.