Publicado em: 18/12/2025 às 10:55hs
As bolsas de valores internacionais encerraram as últimas sessões com forte volatilidade, refletindo a combinação de incertezas sobre os rumos da política monetária global e preocupações com o alto custo dos investimentos em inteligência artificial (IA).
Em Nova York, os principais índices registraram queda: o S&P 500 recuou cerca de 1,2%, o Dow Jones caiu 0,5%, e o Nasdaq perdeu 1,8%, puxado por uma nova onda de realização de lucros em grandes empresas de tecnologia. O movimento também foi influenciado pela expectativa de novos dados econômicos dos Estados Unidos, que podem indicar os próximos passos do Federal Reserve (Fed).
Mesmo com o cenário de aversão ao risco, ações ligadas ao setor de energia e petróleo registraram ganhos. A recuperação do preço do barril, impulsionada por restrições comerciais envolvendo a Venezuela e tensões geopolíticas, trouxe algum equilíbrio aos mercados.
Após as perdas da véspera, os contratos futuros das bolsas de Nova York indicam uma leve recuperação nesta quinta-feira (18). O S&P 500 sobe 0,4%, o Dow Jones avança 0,12%, e o Nasdaq se recupera 0,7%, em meio à expectativa de novos indicadores econômicos e possível desaceleração da inflação americana.
Segundo analistas, o movimento de correção é pontual e ainda não representa uma mudança de tendência, já que os investidores permanecem atentos a riscos fiscais e à desaceleração econômica global.
Na Ásia, os mercados encerraram o pregão em direções distintas. O índice Nikkei, do Japão, recuou 1,03%, enquanto o Hang Seng, de Hong Kong, teve leve alta de 0,12%. Em Xangai, o SSEC avançou 0,16%, e o CSI300 caiu 0,59%.
Investidores migraram para setores defensivos, como bancos, defesa e energia, após a aprovação pelos Estados Unidos de um pacote bilionário de armas para Taiwan — o maior da história —, o que elevou as tensões regionais. Por outro lado, ações do setor de tecnologia e imobiliário voltaram a cair, pressionadas pela crise de endividamento da incorporadora Vanke.
Em outras praças asiáticas, o Kospi, de Seul, caiu 1,53%, o Taiex, de Taiwan, recuou 0,21%, e o Straits Times, de Cingapura, teve baixa de 0,11%. Em Sydney, o S&P/ASX 200 subiu 0,03%, sustentado por empresas de mineração e energia.
As bolsas europeias operam com leve alta nesta quinta-feira, sustentadas pelo bom desempenho de ações de varejo e energia. O índice STOXX 600 registra ganhos moderados, à espera de novas sinalizações dos bancos centrais europeus sobre os juros.
Segundo analistas, o avanço é limitado pela preocupação com o enfraquecimento do consumo no continente e pelos impactos das tensões comerciais entre EUA e China.
No Brasil, o Ibovespa iniciou o pregão desta quinta-feira (18) em leve baixa, acompanhando o movimento de cautela internacional. O principal índice da B3 operava próximo dos 157.300 pontos, pressionado pela realização de lucros e pelo cenário político doméstico.
Investidores acompanham as novas projeções do Banco Central para o PIB e a inflação, além de discussões em Brasília que podem afetar o ritmo das reformas econômicas.
Entre os destaques corporativos, ações da BB Seguridade, Prio e Guararapes registram movimentações relevantes após anúncios de dividendos e recompras de ações. A Cemig também anunciou a distribuição de R$ 417 milhões em dividendos, reforçando a atratividade do setor elétrico.
O petróleo opera em alta, com o WTI sendo negociado a US$ 56,74 e o Brent a US$ 60,61 por barril. A recuperação é impulsionada por restrições comerciais e tensões geopolíticas, especialmente na América do Sul e Oriente Médio.
Entre os metais, o ouro e a prata seguem valorizados, com investidores buscando proteção em meio à instabilidade dos mercados de ações. No mercado de criptoativos, o Bitcoin se mantém próximo de US$ 87 mil, refletindo o comportamento de cautela e a busca por diversificação de portfólio.
Especialistas destacam que, apesar da volatilidade recente, o cenário pode favorecer uma recuperação gradual até o fim do ano, especialmente em setores menos expostos à tecnologia e IA. As expectativas para 2026 apontam para um ambiente mais seletivo, no qual estratégias de stock picking podem ganhar relevância.
O mercado deve seguir atento à política monetária internacional e às sinalizações fiscais nos principais países, fatores que devem definir o ritmo de retomada global nos próximos meses.
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias