Nesta quinta-feira (31), o dólar iniciou o dia com leve queda, refletindo a atenção dos investidores em dados econômicos recentes do Brasil e dos Estados Unidos. No dia anterior, a moeda norte-americana registrou alta de 0,04%, cotada a R$ 5,7634, enquanto o Ibovespa encerrou em leve queda de 0,07%, atingindo 130.639 pontos.

Mercado Brasileiro e Internacional

No Brasil, as atenções se voltam para novos dados sobre o mercado de trabalho, com impacto direto na percepção de riscos econômicos. Nos Estados Unidos, o destaque é o índice PCE, principal indicador de inflação utilizado pelo Federal Reserve (Fed), que mede as variações de preços de bens e serviços mais consumidos no país.

Às 9h, o dólar registrava queda de 0,03%, cotado a R$ 5,7615. A moeda norte-americana acumulou, até o momento, alta de 1,03% na semana, avanço de 5,81% no mês e ganho de 18,77% no ano. Já o Ibovespa, que inicia suas operações às 10h, teve alta de 0,57% na semana, perda de 0,89% no mês e queda de 2,64% no ano.

Movimentações de Mercado e Cenário Fiscal no Brasil

O mercado foi impactado pelas recentes declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre o cenário fiscal brasileiro. Haddad sinalizou a compreensão da "inquietação" do mercado com o risco fiscal e mencionou planos de cortes em despesas obrigatórias para assegurar a sustentabilidade fiscal. As propostas, que devem ser apresentadas em breve por meio de uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional), têm gerado expectativas entre agentes financeiros, que estimam um corte necessário de R$ 50 a R$ 60 bilhões para garantir credibilidade ao pacote.

No âmbito da política monetária, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, reforçou que a trajetória dos juros depende de uma resposta fiscal robusta. Em discurso recente, ele destacou a preocupação do BC com o desvio das expectativas inflacionárias, em um momento de aquecimento da economia e redução na taxa de desemprego.

Cenário Internacional e Taxas de Juros nos EUA

No cenário externo, a economia dos EUA mostrou solidez no terceiro trimestre, impulsionada por um aumento nos gastos dos consumidores. Dados do ADP apontaram a criação de 233 mil novos postos de trabalho no setor privado, muito acima da expectativa de 110 mil. Esse cenário de aquecimento no mercado de trabalho pode afetar a inflação e moderar os cortes na taxa de juros pelo Fed.

A expectativa do mercado é que o próximo corte do Fed seja de 0,25 ponto percentual, uma redução mais gradual, o que poderia sustentar o preço do dólar frente ao real, especialmente em um contexto de atenção aos riscos fiscais brasileiros.