O diretor-gerente da Paragon Global Markets, Michael McDougall, relata que as fortes precipitações na região Centro-Sul têm prejudicado as operações de corte da cana-de-açúcar em algumas usinas. Além disso, o clima adverso também tem impactado o carregamento dos navios, normalmente conduzido a céu aberto. Esses desafios colocam em risco a eficiência do Porto de Santos, contribuindo para a formação de longas filas de navios, com espera de até 40 dias para o carregamento de açúcar.

O preço do açúcar já experimentou um aumento de quase 2% ao longo desta semana, alcançando US$ 0,2775 por libra-peso nesta terça-feira. Na Europa, a situação não é diferente, com campos inundados retardando a colheita de beterraba, ameaçando causar uma perda significativa de aproximadamente 15% da safra francesa, um dos maiores produtores da região.

Esses contratempos na Europa surgem em um momento em que a oferta global já enfrenta restrições, e a Índia, segunda maior produtora de açúcar depois do Brasil, enfrenta uma queda na produção. Segundo dados de um grupo de produtores nacionais, a produção indiana diminuiu para 1,28 milhão de toneladas na primeira quinzena de novembro, em comparação com as 2 milhões de toneladas do mesmo período do ano anterior. Esse cenário climático complexo está contribuindo para um panorama desafiador nos mercados globais de açúcar.