Publicado em: 29/10/2025 às 17:30hs
O Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) divulgou em setembro levantamento sobre a incidência do greening, a doença mais grave dos pomares de laranja, que ainda não possui tratamento eficaz. Em 2025, a enfermidade atingiu 47,63% das plantas no cinturão citrícola de São Paulo e do Triângulo/Sudoeste Mineiro, aumento de 7,4% em relação ao índice de 2024, que foi de 44,35%.
No Paraná, terceiro maior produtor nacional, uma ação integrada entre poder público, entidades e produtores busca frear o avanço da doença, causada por uma bactéria transmitida pelo psilídeo. Os sintomas incluem folhas amareladas e frutos deformados, sendo a contaminação irreversível.
Mesmo diante desse cenário, a citricultura se mantém rentável. O Rally Cocamar de Produtividade, realizado em 22 de outubro em Paranavaí, principal polo produtor do estado, visitou o citricultor Nestor Antunes Miranda Filho, responsável por 22 mil plantas no Sítio Águas Claras.
Segundo Nestor, que atua no setor desde 2009, a produção média é de 2,5 caixas por planta, e o produtor planeja expandir o pomar para 28 mil plantas. “É preciso que o produtor se envolva e goste da atividade, pois é muito exigente, mas é um dos negócios mais interessantes da agricultura atualmente”, afirmou.
A Cocamar reúne 119 produtores com cerca de 5 mil hectares de pomares, sendo 35 cooperados da Coopsoli, responsáveis por 400 mil caixas. Todo o volume é entregue à unidade industrial da Louis Dreyfus Company (LDC) em Paranavaí, mas apenas os cooperados da Coopsoli participam do mercado solidário internacional, que exporta suco de laranja para a Europa.
A agrônoma Kelyn Henkemaier explica que a cada tonelada exportada, 250 dólares retornam em benefícios aos produtores, como tanques adequados para combustíveis, sanitários móveis e outros investimentos voltados à sustentabilidade. “O consumidor europeu paga mais pelo suco por saber que ele é produzido com respeito ao meio ambiente e às normas trabalhistas”, destaca.
A sustentabilidade é uma tendência crescente na citricultura. Entre as práticas adotadas estão: plantio de capim braquiária entre linhas para manter o solo úmido e sequestrar carbono, uso de roçada ecológica, redução de glifosato, emprego de inseticidas biológicos e adubação orgânica e química eficiente. Trabalho infantil e informal são totalmente vedados.
A agrônoma Elisa Rovida ressalta que a Cocamar fornece assistência técnica contínua, coletando solo e folhas para análise laboratorial, garantindo o uso assertivo de insumos e potencializando a produtividade dos pomares.
Até o momento, foram colhidos 60 a 70% da safra 2025/26, com frutas de qualidade superior à temporada anterior. A previsão é atingir 2 milhões de caixas de 40,8 kg, ante 1,6 milhão na safra passada.
O produtor Nestor reforça a importância da cadeia da laranja para a economia regional: “A atividade gera empregos, tributos e riqueza, e todo esforço é necessário para evitar que o greening comprometa os pomares e inviabilize o setor”.
Fonte: Portal do Agronegócio
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