Os programas estaduais e federais de bioinsumos e as políticas públicas para agrominerais e fertilizantes abriram o segundo dia de programação do 8º Encontro Técnico de Agricultura Sustentável, que está sendo realizado esta semana em Rio Verde. A agenda desta quarta-feira (27/4) segue até as 19 horas, com palestras e debates no Centro de Cultura e Eventos Jatobá do Instituto Federal Goiano (IF Goiano).

Escalado para o primeiro painel do dia, sobre "Programas governamentais de Bioinsumos e Remineralizadores", o chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Renato Faria, falou sobre a criação, os desafios e as metas do Programa Estadual de Bioinsumos. Em 2021, Goiás se tornou a primeira unidade federativa brasileira a publicar uma lei específica sobre o tema (Lei nº 21.005/2021). "Temos a vantagem de estar na frente, mas também a responsabilidade de fazer o correto para servir de exemplo aos demais. Trabalhamos neste sentido", ponderou Faria, que também é pesquisador da Universidade Federal de Goiás (UFG).

Para ele, os bioinsumos são o futuro da produção agropecuária sustentável, mas é preciso ter uma visão não ideológica sobre o tema. "Quando casamos ambiental, social e econômico, passamos a ter um novo olhar sobre as boas práticas no campo. Nosso foco é a substituição gradual dos químicos por biológicos, avançando em direção à sustentabilidade", argumentou o gestor, professor e pesquisador acadêmico. "O Programa Estadual de Bioinsumos muda a forma de fiscalizar, legislar, pensar o mercado e as cadeias produtivas. É uma sinalização tanto interna quando externa de que vamos incentivar processos e tecnologias relacionados à produção de alimentos mais seguros e amigáveis ao meio ambiente", resumiu.

O Governo de Goiás trabalha atualmente no processo de implantação de 13 biofábricas espalhadas pelo Estado. O projeto tem a parceria da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Goiás (Fapeg), da Universidade Estadual de Goiás (UEG), da Universidade Federal de Goiás (UFG), do Instituto Federal Goiano (IG Goiano) e de outras entidades, empresas e órgãos governamentais. "Queremos fazer de Goiás o maior hub de inovação nesta área do País, o que dará projeção internacional ao trabalho feito aqui. Vamos atrair mais pessoas e organizações interessadas no tema, e a consequência será uma verdadeira revolução", ressaltou Faria.

Programa federal

Coordenador do Programa Nacional de Bioinsumos, Alessandro Cruvinel explicou o funcionamento da iniciativa em nível federal, que completa dois anos de lançamento em maio. Falou também de mercado. "Todos os números relacionados a bioinsumos crescem em escala expoencial", declarou, otimista. Cruvinel citou produtos já disponíveis aos produtores, entre eles um inoculante desenvolvido pela Embrapa que reduz em 50% a dependência de fósforo em determinadas culturas.

Gestor federal e produtor rural, Cruvinel lembrou que o Plano Safra 2021/2022 traz R$ 5 bilhões para o Plano ABC (Agricultura de Baixo Carbono), maior volume já alocado no plano, abrindo a possibilidade de aplicação de recursos na construção de biofábricas. Goiás, segundo ele, é referência para outros Estados que estão desenvolvendo programas de bioinsumos. Minas Gerais, Distrito Federal, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Espírito Santo têm projetos em andamento.

Fechando o primeiro painel do dia, o diretor do Departamento de Transformação e Tecnologia Mineral do Ministério das Minas e Energia, Enir Mendes, detalhou as principais políticas públicas federais para o setor de agrominerais e fertilizantes. Mendes revelou dados do segmento em nível nacional e pontuou: "É muito importante a integração do setor mineral com o setor agrícola".

O 8º Encontro Técnico de Agricultura Sustentável é uma realização do Grupo Associado de Agricultura Sustentável (GAAS), do Grupo Associado de Pesquisa do Sudoeste Goiano (Gapes) e do Instituto Federal Goiano (IF Goiano) — Campus Rio Verde (GO). O Governo de Goiás, por meio da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), apoia a iniciativa, ao lado do Sistema Faeg/Senar e da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO).