Publicado em: 30/05/2025 às 10:50hs
O mercado de trigo no Sul do Brasil segue com negociações restritas, marcado por estoques controlados e preços que refletem desafios da safra 2024. A seguir, confira a situação detalhada por estado:
De acordo com levantamento da TF Agroeconômica, o Rio Grande do Sul conta atualmente com cerca de 370 mil toneladas de trigo disponíveis. Esse volume, somado aos estoques dos moinhos e a uma moagem mais lenta que o habitual, deve ser suficiente para suprir a demanda do estado até a nova safra, prevista para meados de outubro.
Além disso, o preço do trigo local está cerca de R$ 200 por tonelada acima do trigo importado. Essa diferença não se deve apenas aos custos operacionais, mas também à qualidade inferior do trigo da safra 2024 no estado.
No mercado disponível, as negociações são feitas de forma limitada e pontual, acompanhando a venda gradual da farinha. No interior do Rio Grande do Sul, o trigo de boa qualidade é oferecido entre R$ 1.350 e R$ 1.400 por tonelada. Já os moinhos demonstram interesse em comprar a preços em torno de R$ 1.300.
Para o mercado de exportação, os contratos com entrega em dezembro estão cotados próximos a R$ 1.330 por tonelada. Quanto ao preço “na pedra” em Panambi, ele se mantém estável em R$ 70 por saca.
Em Santa Catarina, as operações também estão reduzidas, com poucos negócios acontecendo. Compras pontuais de trigo gaúcho são realizadas a R$ 1.380 FOB, acrescidos de frete de R$ 120, elevando o custo CIF para cerca de R$ 1.500. Esse valor tem sido considerado inviável pelos moinhos para suas operações.
No mercado local, os preços “na pedra” permanecem estáveis há seis a oito semanas, variando entre R$ 75 e R$ 80 por saca, dependendo da região.
No Paraná, o trigo importado continua sendo negociado a preços um pouco inferiores aos pedidos pelo mercado interno, mesmo com o custo adicional do frete.
Compradores oferecem até R$ 1.500 posto moinho para entregas em julho. Porém, vendedores que não têm pressa para liberar espaço ou liquidez pedem entre R$ 1.650 e R$ 1.700 FOB.
O trigo argentino é comercializado a cerca de US$ 275 FOB Paranaguá, com variações vinculadas à taxa de câmbio.
No mercado local, o preço “na pedra” recuou 0,30% na última semana, situando-se em média em R$ 79,51 por saca — ainda acima do custo de produção estimado em R$ 73,53, garantindo assim uma margem de lucro média de 8,13% aos produtores paranaenses.
O cenário do trigo no Sul do Brasil apresenta estoques que sustentam a oferta até a nova safra, porém com negociações limitadas e preços que refletem tanto a qualidade da produção local quanto a competição com o trigo importado. Cada estado mantém suas particularidades em relação a preços, fretes e dinâmica comercial.
Fonte: Portal do Agronegócio
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