Publicado em: 14/11/2025 às 18:00hs
O mercado de trigo no Brasil segue em ritmo lento, com operações pontuais e baixa liquidez. Compradores e vendedores aguardam o edital da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) para os leilões de apoio à comercialização via PEP e Pepro, o que mantém o setor em compasso de espera.
Segundo o analista da Safras & Mercado, Elcio Bento, a combinação entre incertezas climáticas e evolução da colheita reforça um cenário de cautela, no qual os agentes tentam ajustar os preços a um ponto de equilíbrio.
No Paraná, os trabalhos de colheita avançam rapidamente. Produtores buscam concluir a retirada do grão do campo antes da intensificação das chuvas previstas para as próximas semanas.
Mesmo com precipitações recentes, relatos de campo indicam manutenção da qualidade do trigo.
“O peso hectolítrico, embora levemente impactado em algumas áreas, ainda permite a mistura de lotes para alcançar o padrão Tipo 1. A expectativa é de finalizar a colheita até o fim de novembro, restando apenas 10% a 15% da área”, afirma Bento.
As cotações no estado seguiram praticamente estáveis. Nos Campos Gerais, os preços CIF para moinhos ficaram entre R$ 1.200 e R$ 1.250 por tonelada no mercado spot.
Em Curitiba, as indicações giraram em torno de R$ 1.230 por tonelada, enquanto negócios a R$ 1.250 por tonelada CIF foram registrados em Ponta Grossa para entrega e pagamento em janeiro.
O mercado gaúcho também registra poucas negociações. O avanço da colheita depende diretamente das condições do tempo.
Segundo Bento, embora o início da semana tenha mostrado evolução nos trabalhos, a previsão de novas chuvas pode interromper temporariamente as máquinas no campo, aumentando a apreensão do setor.
As ofertas para moinhos locais ficaram entre R$ 1.140 e R$ 1.150 por tonelada posto indústria, equivalentes a R$ 1.000 a R$ 1.030 por tonelada no interior, dependendo da região e da qualidade do produto.
O trigo brasileiro segue negociado com forte deságio em relação à paridade de importação.
Para Bento, essa diferença reforça a pressão de venda sobre a safra nacional:
“A distância entre os preços internos e os custos de importação evidencia o cenário de desvalorização do trigo brasileiro.”
Fonte: Portal do Agronegócio
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