Publicado em: 09/06/2025 às 17:30hs
O mercado de drones voltados para a agricultura, especialmente para pulverização aérea, tem registrado forte expansão desde 2021, ano em que o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou a Portaria nº 298, regulamentando o uso da tecnologia no campo.
Naquele ano, a estimativa era de 3 mil unidades em operação no país. Atualmente, o número já chega a 35 mil drones em atividade, segundo dados apresentados durante a DroneShow, feira de tecnologia realizada no Expo Center Norte, em São Paulo.
Durante o evento, a auditora fiscal federal agropecuária e chefe da Divisão de Aviação Agrícola do Mapa, Uéllen Colatto, anunciou que novas regras para o setor estão a caminho.
“Os drones evoluíram e a legislação precisa acompanhar”, afirmou.
Segundo Colatto, duas audiências públicas já foram realizadas, e a proposta de um novo decreto está em tramitação na Casa Civil. A expectativa é de que, após a assinatura pela Presidência da República, novas portarias com regras atualizadas sejam publicadas pelo ministério.
Outra mudança prevista é a substituição do atual Sipeagro pelo sistema SDA Digital, mais moderno e eficiente. O novo sistema será responsável pelo credenciamento de entidades de ensino e pela certificação dos profissionais da aviação agrícola.
Apesar do avanço na regulamentação e da crescente adesão ao uso dos drones, a clandestinidade ainda é um dos principais entraves para o setor. A Portaria 298 exige que operadores de drones façam curso preparatório e se cadastrem junto ao Mapa, mas, até esta semana, apenas 2.618 aeronaves remotamente pilotadas estavam devidamente registradas para pulverização.
Um dos grandes atrativos do uso de drones na agricultura é a precisão na aplicação de produtos químicos, além da viabilidade para propriedades de diferentes tamanhos.
“Os drones são democráticos, pois atendem grandes, médias e pequenas lavouras”, destacou o consultor Eugênio Schroder, responsável pela apresentação dos dados no evento.
Durante a feira, o prestador de serviços André Veiga destacou o potencial do mercado e a necessidade de estrutura adequada para atuar na área:
“Se fôssemos atender todas as culturas do país, seriam necessários cerca de 50 mil drones”, estimou.
Veiga também alertou que o drone representa apenas 30% do investimento inicial no setor, recomendando que os prestadores de serviço mantenham sempre equipamentos reservas e baterias sobressalentes:
“Quem tem um, não tem nenhum”, afirmou.
Também participaram da DroneShow o superintendente do Mapa em São Paulo, Estanislau Steck, e o engenheiro agrícola Lucas Fernandes de Souza, servidor do ministério que atua na área de aviação agrícola. Lucas apresentou uma palestra sobre a regulamentação do uso de drones no último dia da feira, quinta-feira (5).
A expectativa do setor agora gira em torno da publicação das novas normas, que devem consolidar o uso responsável e seguro dos drones na agricultura brasileira, acompanhando o ritmo acelerado da inovação tecnológica no campo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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