Publicado em: 16/06/2025 às 09:00hs
A FS, uma das principais produtoras de etanol de milho do Brasil, está investindo na construção de uma planta-piloto ao lado de sua usina em Lucas do Rio Verde (MT). O objetivo é testar a produção do pekilo, uma proteína voltada à nutrição animal obtida a partir da fermentação de resíduos industriais da produção de etanol.
O projeto está sendo desenvolvido em parceria com a empresa finlandesa Enifer, detentora da patente do fungo utilizado na produção do pekilo. O investimento total estimado é de R$ 20 milhões, dos quais R$ 9,8 milhões virão de subsídio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do edital Mais Inovação Brasil. O restante será contrapartida da FS.
Para o cultivo do fungo, a FS utilizará como substrato resíduos do processo de produção de etanol, como a vinhaça “fina” – um líquido rico em matéria orgânica – e o xarope, obtido após a concentração térmica da vinhaça. A planta-piloto deverá consumir cerca de 5% da vinhaça gerada atualmente na usina. Caso o projeto avance para escala industrial, esse percentual poderá chegar a até 50%.
Os testes realizados em laboratório com a fermentação do pekilo resultaram em um produto com mais de 60% de proteína, o que abre possibilidade de aplicação em nichos da nutrição animal, como aquacultura, alimentação de pintinhos e animais de estimação.
Segundo Daniel Lopes, vice-presidente de novos negócios e sustentabilidade da FS, a planta-piloto permitirá estudar melhor a especificação técnica, a produtividade e os possíveis mercados para o produto. “Ainda temos um nível de incerteza, mas vemos o pekilo competindo com produtos de alto valor proteico e nutricional, como a proteína de inseto”, afirmou o executivo.
No setor de aquacultura, por exemplo, a farinha de peixe é amplamente utilizada como fonte de proteína. No entanto, mercados mais preocupados com sustentabilidade já adotam as chamadas “superproteínas”, como proteínas bacterianas e de inseto – categorias nas quais o pekilo também poderá se inserir.
O desenvolvimento da planta-piloto, prevista para começar a operar em junho de 2026, permitirá à FS e à Enifer validar o produto final e, a partir disso, estruturar o modelo comercial da parceria para produção e venda do pekilo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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