Publicado em: 09/12/2025 às 10:30hs
O Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) de novembro de 2025 confirmou a tendência de custos mais baixos e margens elevadas para os confinamentos bovinos brasileiros. Segundo o levantamento da Ponta Agro, o ano vem sendo marcado por um dos menores custos nutricionais da história recente, impulsionado pela supersafra de grãos, maior oferta de coprodutos e menor volatilidade nos preços.
A média nacional do custo por arroba permanece altamente competitiva, permitindo lucros superiores a R$ 930 por cabeça nas principais regiões produtoras.
O comportamento do ICAP em novembro variou entre as duas regiões de maior confinamento do país.
A redução no Centro-Oeste reflete o aumento da oferta de grãos e coprodutos, aliado à melhor logística pós-colheita. Já o Sudeste foi impactado por menor disponibilidade regional de milho, fretes mais caros e reajustes em insumos proteicos.
No Centro-Oeste, o ICAP trimestral mostrou queda expressiva de 11,77% nos custos com alimentos volumosos. A dieta de terminação, que representa a fase de maior peso no custo total, encerrou o período a R$ 1.097,51 por tonelada de matéria seca, redução de 0,70% frente ao trimestre anterior.
Os principais insumos com retração foram:
No Sudeste, o ICAP apontou alta de 0,69% no custo da dieta de terminação, que chegou a R$ 1.160,81 por tonelada de matéria seca.
O aumento foi puxado por:
Mesmo com esses reajustes, o cenário ainda é considerado favorável à rentabilidade, devido ao comportamento positivo da arroba do boi gordo.
Na comparação com novembro de 2024, os custos nutricionais caíram 16,74% no Centro-Oeste e 1,21% no Sudeste. O resultado confirma que 2025 permanece estruturalmente mais barato, consolidando um ambiente de maior competitividade para o confinamento.
A supersafra de milho e soja ampliou a disponibilidade interna de grãos e reduziu a pressão sobre os preços de bases energéticas e proteicas. Além disso, a maior regularidade na produção de coprodutos — como DDG, polpa cítrica, bagaço de cana e caroço de algodão — ajudou a estabilizar o mercado.
Outro fator que colaborou foi a menor volatilidade cambial, somada à recomposição dos estoques nacionais, o que permitiu maior previsibilidade nos custos ao longo do ano.
Com base no ICAP de novembro, o custo estimado por arroba produzida foi de R$ 183,88 no Centro-Oeste e R$ 194,93 no Sudeste. Esses níveis garantem margens acima de R$ 930 por animal, considerando apenas o preço de balcão, sem incluir bonificações adicionais.
O levantamento considera indicadores médios de confinamentos clientes da Ponta Agro, como dias de cocho, arrobas produzidas e percentual de nutrição no custo total.
Além da eficiência produtiva, o relatório destaca a importância das bonificações pagas pelos frigoríficos, especialmente em programas como o Boi China. Atualmente, o diferencial de preço para animais rastreados e dentro dos padrões de exportação varia entre R$ 5,00 e R$ 7,50 por arroba, dependendo da região.
Essa valorização adicional representa uma oportunidade real de ampliação das margens, principalmente em um ano de custos controlados e mercado firme para o boi gordo.

Fonte: Portal do Agronegócio
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