Publicado em: 28/10/2025 às 10:30hs
As exportações brasileiras de carne bovina registraram um novo recorde em setembro de 2025, atingindo 352 mil toneladas, o maior volume mensal desde o início da série histórica em 1997. O desempenho representa um aumento de 31,1% em relação a setembro de 2024 (268 mil toneladas) e 17,6% acima de agosto deste ano (299 mil toneladas).
De acordo com dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) compilados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), a receita alcançou US$ 1,9 bilhão, um avanço de 18,4% na comparação anual.
O resultado expressivo foi alcançado mesmo após a imposição de tarifas adicionais pelos Estados Unidos em agosto, que elevaram os custos de importação da carne bovina brasileira. Apesar da redução nos embarques para o mercado norte-americano, o Brasil manteve sua trajetória de crescimento e consolidou o melhor desempenho mensal da história.
A China permaneceu como principal destino das exportações, com 190,5 mil toneladas e US$ 1,06 bilhão em faturamento — o equivalente a mais da metade do total embarcado. Outros mercados relevantes foram a União Europeia (15,4 mil t; US$ 132,7 milhões), México (13,2 mil t; US$ 73,4 milhões), Estados Unidos (9,9 mil t; US$ 72,3 milhões) e Filipinas (12,7 mil t; US$ 58,7 milhões).
A carne in natura representou 89,3% das exportações do mês (314 mil toneladas), seguida por miúdos (5,9%), produtos industrializados (2,6%), gordura (1,2%), tripas (0,9%) e carnes salgadas (0,02%).
De janeiro a setembro de 2025, o Brasil exportou 2,44 milhões de toneladas de carne bovina, um crescimento de 16% em relação ao mesmo período de 2024 (2,10 milhões t). A receita totalizou US$ 12,4 bilhões, alta de 35,4%, consolidando o país como o maior exportador mundial de carne bovina.
Em todo o ano passado, o Brasil havia embarcado 2,89 milhões de toneladas, com US$ 12,8 bilhões em faturamento. O desempenho parcial de 2025 já se aproxima desse total, sustentando projeções otimistas para o fechamento do ano.
A China lidera também o acumulado do ano, com 1,15 milhão de toneladas e US$ 6,06 bilhões em receita, equivalentes a 47% do volume e 49% do valor total exportado. Em seguida aparecem Estados Unidos (218,9 mil t; US$ 1,3 bilhão), México (94,1 mil t; US$ 513,1 milhões), Chile (91,7 mil t; US$ 497,8 milhões) e Rússia (85 mil t; US$ 364,9 milhões).
Apesar da queda momentânea nos embarques aos Estados Unidos em agosto e setembro — 9,3 mil e 9,9 mil toneladas, respectivamente —, o país continua sendo um dos mercados mais importantes para a carne bovina brasileira.
No acumulado do ano, as exportações brasileiras para o mercado norte-americano cresceram 64,6% em volume e 53,8% em valor em comparação a 2024, atingindo 95% do total exportado em todo o ano passado.
Além dos Estados Unidos, outros destinos também registraram forte crescimento: México (+213%), União Europeia (+109%), Rússia (+50%) e Chile (+25%), evidenciando a diversificação e competitividade da carne bovina brasileira no mercado internacional.
Para o presidente da Abiec, Roberto Perosa, os resultados reforçam a solidez do setor e a capacidade do Brasil de manter um fluxo constante de exportações.
“O Brasil segue ampliando sua presença internacional de forma consistente, resultado da diversificação dos embarques e do trabalho conjunto com o governo na busca por novas habilitações e oportunidades comerciais”, afirmou Perosa.
Ele destacou que, mesmo com o crescimento das exportações, cerca de 70% da carne produzida no país ainda é destinada ao consumo interno.
“Esse equilíbrio mostra a força do nosso mercado doméstico e o compromisso em atender à demanda interna, ao mesmo tempo em que fortalecemos nossa presença internacional. Mesmo diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos, seguimos em parceria com o governo para restabelecer esse mercado estratégico e abrir novas frentes de exportação”, completou.
Representatividade da Abiec no setor
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) reúne 47 empresas responsáveis por 98% da carne bovina exportada pelo país. A entidade atua na defesa, promoção e ampliação da presença internacional do produto brasileiro, contribuindo para fortalecer a imagem da carne bovina nacional no exterior.
Fonte: Portal do Agronegócio
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