Publicado em: 18/06/2025 às 13:00hs
O Observatório do Brasil Orgânico (IBO) apresentou dados atualizados do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos durante o Congresso Internacional da Agricultura Orgânica, na Bio Brazil Fair – BioFach América Latina. A análise, baseada em informações do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) de maio de 2025, oferece um panorama detalhado da distribuição, tipos de produção e mecanismos de controle da qualidade orgânica no país.
A Região Sul lidera em número de unidades produtivas, concentrando 35% dos produtores cadastrados, seguida pelo Nordeste com 25% e pelo Sudeste, com 20%. Já as regiões Norte e Centro-Oeste mostram crescimento acelerado nos últimos anos, impulsionados por atividades específicas, como o extrativismo do açaí no Pará e do babaçu no Maranhão.
Rogério Dias, ex-Coordenador de Agroecologia do MAPA e atual Conselheiro do IBO, ressalta a relevância das diferenças regionais:
“Entender as particularidades das autoridades orgânicas locais é fundamental para criar políticas públicas eficazes. Cada região tem sua vocação, que deve ser valorizada com estratégias baseadas em dados concretos.”
A produção primária vegetal domina, representando mais de 60% das unidades produtivas. O extrativismo sustentável orgânico é forte no Norte, enquanto o processamento de origem vegetal e animal predomina no Sudeste e Sul. Sobre a certificação, Norte e Nordeste apresentam alto índice de unidades certificadas por auditorias, especialmente realizadas por empresas processadoras. Já no Sul, a certificação é mais focada em sistemas participativos de garantia (SPG) e organizações de controle social (OCS), refletindo uma estrutura mais alinhada à agricultura familiar.
Para o presidente do IBO, José Pedro Santiago, a sistematização dos dados marca um avanço importante:
“É a primeira vez que conseguimos reunir, mapear e cruzar informações com essa profundidade. Isso prepara o terreno para o lançamento do Atlas dos Orgânicos, previsto para o Congresso Internacional de Orgânicos, que será realizado no Brasil em maio de 2026.”
A análise completa, que inclui gráficos, mapas e séries históricas desde 2013, estará disponível ao público no site do Instituto Brasil Orgânico. O levantamento reforça a importância da transparência e do aprimoramento contínuo do Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, que serve não apenas como ferramenta regulatória, mas também como suporte para o mercado e para a formulação de políticas públicas.
Fonte: Portal do Agronegócio
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