Publicado em: 04/12/2025 às 17:00hs
O mês de novembro foi marcado por uma queda generalizada nos preços dos principais fertilizantes utilizados no Brasil. Segundo relatório da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a ureia foi cotada a R$ 3.445 por tonelada, apresentando redução de 2% no mês. O MAP (fosfato monoamônico) recuou 1%, para R$ 4.899/t, enquanto o cloreto de potássio (KCl) manteve-se em R$ 2.880/t.
A tendência de baixa é explicada pela menor demanda de grandes importadores — como Índia, Estados Unidos e o próprio Brasil — e pela liberação de novas cotas de exportação pela China, o que ampliou a oferta global.
No segmento de fertilizantes nitrogenados, o mercado apresentou reação após o anúncio de novas compras pela Índia, o que ajudou a conter parte da queda na ureia. Mesmo assim, o sulfato de amônio (SAM) vem ganhando espaço entre os agricultores brasileiros como alternativa mais econômica.
Já os fosfatados, como o MAP, seguem com baixa atratividade nas negociações, e os potássicos registram maior estabilidade nos preços.
Apesar da leve trégua nos preços, o custo de reposição continua alto para alguns cultivos, o que freia as decisões de compra.
No algodão, por exemplo, os produtores precisam de 40,9 arrobas para adquirir uma tonelada de MAP — uma relação considerada “muito desfavorável” pela CNA.
No caso do milho, o uso do SAM tem sido vantajoso: são necessárias 32,2 sacas por tonelada, contra 50,3 sacas no caso da ureia. Já para o café arábica, o cenário é mais positivo, sendo a única cultura com melhora consistente no poder de compra do produtor.
Até agosto, as entregas de fertilizantes no país somaram 30,5 milhões de toneladas, representando alta de 9% em relação a 2024. A expectativa da CNA é de novo recorde em 2025, ainda que o ritmo seja mais lento em alguns estados, como o Rio Grande do Sul.
As importações também avançaram, com 38,3 milhões de toneladas adquiridas entre janeiro e outubro, o que representa crescimento de 4,6% na comparação anual.
“O produtor brasileiro continua investindo nas lavouras, mesmo diante de margens apertadas e desafios de crédito. O aumento da área cultivada e a previsão de safra recorde devem sustentar a demanda”, destaca o boletim da CNA.
Um dos pontos de destaque do relatório é a mudança no perfil dos fornecedores internacionais. A China ultrapassou a Rússia e se tornou o principal exportador de fertilizantes para o Brasil.
O país asiático lidera as vendas de sulfato de amônio (SAM) e formulações NPs, embora ainda não exporte cloreto de potássio (KCl) — produto em que Rússia, Canadá e Omã permanecem como os principais fornecedores.
O rápido crescimento das importações chinesas, no entanto, tem gerado congestionamentos logísticos. No Porto de Paranaguá (PR), há filas de navios e o tempo médio de espera para desembarque de fertilizantes chega a 60 dias, segundo a CNA.
Fonte: Portal do Agronegócio
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