Publicado em: 14/11/2025 às 20:00hs
O Brasil exportou 4,141 milhões de sacas de 60 kg de café em outubro de 2025 — volume 20% menor que o registrado em outubro de 2024 (5,176 milhões).
Apesar da redução no volume embarcado, a receita cresceu 12,6%, alcançando US$ 1,654 bilhão, segundo o relatório estatístico mensal divulgado pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé).
No acumulado da safra 2025/26 (julho a outubro), as exportações totalizam 13,846 milhões de sacas, queda de 20,3% na comparação anual.
Por outro lado, a receita permanece em alta, crescendo 12,4% e somando US$ 5,185 bilhões.
Entre janeiro e outubro de 2025, o Brasil exportou 33,279 milhões de sacas, volume 20,3% inferior ao dos 10 primeiros meses de 2024.
A receita cambial, no entanto, disparou 27,6%, passando de US$ 9,968 bilhões para US$ 12,715 bilhões, impulsionada pelas cotações mais elevadas do café no mercado internacional.
O presidente do Cecafé, Márcio Ferreira, explica que o recuo já era esperado após o recorde de exportações em 2024 e uma safra com menor potencial produtivo.
Entretanto, fatores adicionais agravaram o cenário:
Segundo Ferreira, a alta da receita decorre dos preços elevados no mercado internacional.
Durante o período em que a tarifa esteve em vigor (agosto a outubro), os EUA importaram 983.970 sacas de café brasileiro — queda de 51,5% frente ao mesmo intervalo de 2024, quando haviam adquirido 2,03 milhões.
O presidente do Cecafé destaca que os embarques atuais são, em grande parte, contratos antigos, pois a taxação inviabiliza novas vendas.
Ferreira alerta que blends vendidos nos EUA já começam a ser produzidos sem o café brasileiro, o que pode alterar o gosto do consumidor e dificultar a recuperação da fatia que historicamente pertence ao Brasil, cerca de um terço do mercado.
Atualmente, o café brasileiro está na seção 3 da ordem executiva dos EUA, que exige acordo bilateral para isenção tarifária.
O Cecafé busca transferir o produto para a seção 2, que permite importação sem tarifas.
Ferreira afirma que:
Para ele, o ideal é negociar o café separadamente, sem vincular a discussão a outros produtos.
Mesmo com forte retração, os EUA seguem como principal destino do café brasileiro entre janeiro e outubro de 2025, com 4,711 milhões de sacas importadas — queda de 28,1% em relação ao mesmo período de 2024.
Os demais principais compradores no período foram:
Fonte: Portal do Agronegócio
◄ Leia outras notícias