Publicado em: 10/11/2025 às 11:45hs
A produção de algodão em Minas Gerais vive um novo ciclo de expansão. Segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o volume colhido saltou de 92,6 mil toneladas em 2018 para 145,3 mil toneladas na safra de 2025, um avanço de 57%. A área plantada também cresceu, chegando a 33 mil hectares, com produtividade média de 4,38 toneladas por hectare.
Esse desempenho expressivo reflete os resultados do Programa Mineiro de Incentivo à Cultura do Algodão (Proalminas), iniciativa do Governo de Minas em parceria com a Associação Mineira dos Produtores de Algodão (Amipa), que há mais de duas décadas estimula o fortalecimento da cotonicultura e da indústria têxtil no estado.
Durante evento realizado nesta quinta-feira (6/11), o Governo de Minas entregou certificados de reconhecimento a 34 indústrias têxteis parceiras do Proalminas. A cerimônia destacou o papel do programa na integração entre produtores rurais e o setor industrial, promovendo ganhos econômicos e sociais em toda a cadeia produtiva.
O Proalminas concede benefícios fiscais às indústrias que utilizam algodão produzido em Minas Gerais, reduzindo a carga tributária sobre os produtos industrializados. Ao mesmo tempo, os produtores rurais são beneficiados com melhores condições de comercialização, aumento da renda, capacitação técnica e acesso à tecnologia, o que contribui para elevar a qualidade da fibra e a competitividade do produto mineiro.
O secretário de Agricultura, Thales Fernandes, destacou a importância do programa:
“Desde 2003, o Proalminas vem impulsionando a produção de algodão e fortalecendo a indústria têxtil no estado. Os recursos do Proalminas e do Fundo Algominas têm promovido aumento de produtividade e da qualidade da fibra, garantindo mercado para o produtor e matéria-prima superior para as indústrias”, afirmou.
O evento também marcou a realização do 3º Painel da Cadeia Têxtil, promovido pela Seapa em parceria com a Amipa, reunindo produtores, empresários e representantes de instituições ligadas ao setor. O encontro abordou tendências, desafios e oportunidades para o algodão mineiro no cenário nacional e internacional.
Entre os temas discutidos, destacou-se a melhoria da qualidade do algodão produzido no estado, resultado direto das ações do Proalminas. De acordo com o coordenador sênior da Better Cotton Initiative (BCI), João Rocha, o programa desempenha um papel transformador desde 2003.
“É uma política pública eficaz, que elevou significativamente os parâmetros de qualidade da fibra, como resistência e comprimento. A proporção de amostras fora do padrão caiu de 12% em 2010/2011 para apenas 0,4% em 2018/2019”, ressaltou.
As mudanças trazidas pela reforma tributária e seus impactos no benefício fiscal do Proalminas foram debatidos pela Secretária-Adjunta da Secretaria de Fazenda de Minas Gerais (SEF) e pela gerente tributária da Fiemg, Rita Bacchieri.
Outro tema relevante foi o mercado internacional do algodão, apresentado pelo presidente da Associação Nacional dos Exportadores de Algodão (Anea), Dawid Wajs, que analisou os efeitos das relações comerciais com os Estados Unidos e as perspectivas para o comércio exterior da fibra brasileira.
Encerrando o painel, o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Márcio Portocarero, apresentou a atuação do movimento “Sou de Algodão”, criado em 2016 durante o São Paulo Fashion Week. A iniciativa busca valorizar o uso da fibra natural na moda brasileira e estimular o consumo consciente, fortalecendo a imagem do algodão nacional como produto de qualidade e sustentabilidade.
Fonte: Portal do Agronegócio
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