Publicado em: 10/12/2024 às 10:00hs
Pesquisadores da Universidade de Coimbra estão investigando o uso das células do tamarilho para a produção de enzimas hidrolíticas com aplicação nos setores industrial e farmacêutico. O projeto PlantReact, premiado pela universidade, destaca o grande potencial dessas enzimas, especialmente no combate a fungos agrícolas. Embora os resultados iniciais sejam promissores, o avanço da pesquisa depende de mais financiamento para validação e ampliação dos estudos.
Sandra Correia, investigadora do CFE e diretora do Departamento de Proteção de Culturas Específicas no Laboratório Colaborativo InnovPlantProtect, explica que “essas enzimas possuem uma vasta gama de aplicações, incluindo na indústria, farmacologia e no combate a fungos e bactérias, devido às suas propriedades de resposta a reações de estresse”. Ela ainda reforça a importância de encontrar fontes sustentáveis para a produção dessas enzimas.
A pesquisa utilizou células de tamarilho para gerar compostos ativos, realizando análises proteômicas detalhadas e ampliando a produção em bioreatores. A agricultura celular, como destaca a especialista, é uma técnica que permite a produção sustentável e controlada desses compostos, sem o uso intensivo de recursos naturais.
O tamarilho mostrou-se uma planta ideal para a produção de células pluripotentes com alto potencial metabólico, o que aumenta a viabilidade do projeto PlantReact. Financiado pelo Banco Santander, o projeto conta com parcerias internacionais, incluindo a Universidade de Antioquia, e promete ser um avanço significativo na biotecnologia vegetal.
“A agricultura celular, apesar de ser uma área emergente, tem um enorme potencial para a produção controlada, segura e sustentável de compostos ativos. As células vegetais têm características únicas que permitem a produção de substâncias de interesse industrial e alimentar sem a necessidade de explorar recursos naturais de forma intensiva”, destaca a pesquisadora.
Ela conclui afirmando que “o projeto PlantReact representa um avanço promissor no desenvolvimento de soluções sustentáveis para a produção de moléculas ativas de alto valor, contribuindo para a inovação na agricultura celular e na biotecnologia vegetal”.
Fonte: Portal do Agronegócio
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