Pesquisas

Seminário Técnico para Controle da Grapholita molesta em macieira

Uso de feromônios é a principal aposta para o controle da praga


Publicado em: 29/05/2018 às 08:00hs

Seminário Técnico para Controle da Grapholita molesta em macieira

No dia 6 de junho, o setor produtivo da maçã realiza uma verdadeira imersão na situação atual da mariposa oriental (Grapholita molesta), uma das principais pragas da cultura da macieira, na Casa do Povo em Vacaria (RS). O inseto tem sido responsável por perdas que podem chegar até 5% da produção anual de maçãs.

Segundo Adalécio Kovaleski, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e um dos organizadores do evento, as características bioecológicas desse inseto são ainda um desafio para técnicos e produtores. Ele comenta que os danos podem ocorrer tanto nos ponteiros das plantas, sendo prejudicial em viveiros de mudas e pomares em formação, como também ao longo de todo o ciclo nos frutos, desde o início do desenvolvimento até a colheita. “Depois que a lagarta penetra no fruto, não tem mais o que fazer, fica impróprio para a comercialização”, pondera. Kovaleski também alerta para o risco do inseto atrapalhar as exportações, já que pode ser detectado durante as inspeções, visando o mercado internacional.

Neste cenário, há vários anos, a Embrapa e a Epagri, em parceria com outras instituições tem pesquisado soluções sustentáveis como o uso de feromônios sexuais. Como resultado, já estão sendo utilizadas armadilhas de monitoramento e também liberadores com feromônios, para causar a interrupção do acasalamento, popularmente conhecida 'confusão sexual', evitando o encontro do macho e da fêmea.

“Com a utilização dos feromônios conseguimos reduzir a população da mariposa, os resíduos nos frutos e os riscos de contaminação ao ambiente, além de favorecermos o desenvolvimento de inimigos naturais. É uma tecnologia que dá certo e é ambientalmente segura, mas que precisa ser melhor estudada para as condições do Brasil”, destaca Kovaleski.

Para Cristiano João Arioli, pesquisador da Epagri e também um dos coordenadores do evento, o uso dos feromônio no Brasil ainda é incipiente se comparado a países como Argentina, Chile, Itália e Estados Unidos, nos quais a tecnologia é utilizada com sucesso. “Ainda enfrentamos uma grande dificuldade em impedir o encontro de machos e fêmeas em situações de altos níveis populacionais da praga, fato esse comumente encontrado nos pomares do Brasil, com os produtos disponíveis para a cultura”, avalia. Arioli pontua que a eficiência dos feromônios depende de inúmeros fatores que exigem grande conhecimento e acompanhamento dos responsáveis técnicos e fruticultores, como por exemplo o momento correto de aplicar e a forma de aplicação, dentre outros.

Durante o Seminário, os participantes irão conhecer a realidade da praga nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os resultados das pesquisas com feromônios desenvolvidas para o seu controle, bem como uma apresentação dos principais produtos disponíveis no mercado. Segundo os organizadores, a proposta é que ao final do evento seja definido um plano de controle a ser adotado por todo o setor produtivo nas próximas safras.

O evento é promovido pela Embrapa Uva e Vinho e pela Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), com o apoio da Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi) e da Associação Brasileira de Produtores de Maçã (ABPM). As inscrições devem ser feitas antecipadamente no endereço: https://bit.ly/2KqHMUJ, ao custo de R$30,00 para estudantes e de R$60,00 para profissionais e público em geral. As vagas são limitadas.

Inscrições: R$30,00 para estudantes e R$60,00 para profissionais e público em geral. Para fazer sua inscrição acesse: https://bit.ly/2KqHMUJ

Informações adicionais: uva-e-vinho.eventos@embrapa.br

Fonte: Embrapa Uva e Vinho

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