O XXII Congresso Brasileiro de Sementes (CBSementes), que ocorrerá de 10 a 13 de setembro em Foz do Iguaçu, contará com a participação destacada de Fátima Zorato, assessora especializada em qualidade de sementes da MF Zorato Treinamentos. Zorato abordará, em dois momentos distintos, temas cruciais para o setor: no Simpósio de Patologia de Sementes e na palestra “Qualidade de Sementes: Desafios e Oportunidades”, oferecendo insights sobre as tendências atuais, os desafios enfrentados e as possíveis soluções para superá-los.

Zorato contextualiza o cenário atual da agricultura, onde a combinação de avanços genéticos e inovações tecnológicas visa aumentar a produção de alimentos globalmente. “No cenário atual, a genética fornece respostas para altas produtividades, mas também exige mais recursos, impactando diretamente os atributos de qualidade das sementes, incluindo aspectos genéticos, físicos, fisiológicos e sanitários”, afirma Zorato. Ela também ressalta os desafios adicionais impostos por inconstâncias climáticas, estresses abióticos e bióticos, e as mudanças nas equipes de produção que podem afetar o desempenho.

Para superar esses desafios, Zorato enfatiza a importância da proatividade e do ajuste constante das metodologias. “Não há mais uma solução única para todos os casos; há uma demanda crescente por abordagens específicas”, explica. Em laboratórios, a expansão dos testes tradicionais para incluir novas tecnologias, como as de imagens, ainda está em fase inicial, devido à complexidade e à necessidade de capacitação especializada das equipes.

No que diz respeito à sanidade e qualidade das sementes, o clima brasileiro é um fator determinante. “A umidade, combinada com temperaturas que favorecem o desenvolvimento de patógenos, cria condições propícias para doenças. A falta de resistência genética pode agravar a situação, resultando em perdas de produtividade e aumento da presença de inóculo”, alerta Zorato. Apesar desses desafios, a gestão da qualidade das sementes no Brasil é admirada internacionalmente. “Mesmo em condições adversas, como em Mato Grosso, conseguimos estabelecer padrões de germinação superiores aos exigidos pelo MAPA”, destaca.

Durante o Simpósio de Patologia de Sementes, Zorato discutirá a dificuldade de identificar patógenos, a necessidade de treinamento especializado e a falta de laboratórios credenciados no Brasil. “Muitos laboratórios ainda não têm a confiabilidade necessária para garantir a qualidade das sementes”, observa. Ela também abordará o uso de tratamentos químicos, que podem mascarar problemas profundos, e a necessidade de conscientização sobre a eficácia real desses tratamentos. “É essencial discutir a eficácia dos tratamentos químicos, especialmente em um país com condições ambientais que favorecem o desenvolvimento de patógenos”, conclui Zorato.

O CBSementes, promovido pela Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes, reunirá pesquisadores, agrônomos, produtores rurais, acadêmicos e outros profissionais do setor agrícola para discutir temas relacionados à sustentabilidade e inovação. O evento contará com palestras, mesas-redondas, debates, exposições e uma ampla programação voltada para o avanço da qualidade e da sanidade das sementes. Para mais informações e inscrições, acesse: CBSementes.