Publicado em: 29/10/2019 às 08:20hs
Há mais de 13 anos, novas embalagens para alimentos têm sido alvo de diversas pesquisas no Laboratório de Embalagens do Departamento de Ciência dos Alimentos (DCA). Para a professora Soraia Vilela Borges, no futuro as embalagens deverão ser as “blendas ou compósitos ativos e inteligentes”, ou seja, embalagens que trazem consigo diversas funções e materiais com propriedades antimicrobianas e resistência térmica, por exemplo.
As pesquisas com embalagens no DCA visam atender às demandas de produtos cárneos, derivados do leite e frutas, considerados alimentos mais perecíveis. “Esses produtos requerem embalagens convencionais mais caras, impermeáveis; então, se colocarmos um filme contendo substâncias livres ou encapsuladas, um sachê no interior da embalagem que tenha propriedades antimicrobiana e antioxidante, por exemplo, é possível diminuir o custo daquela embalagem que vai por cima e aumentar a vida útil daquele produto, garantindo também sua segurança nutricional”, explica Soraia. A professora Marali Vilela Dias, que coordena juntamente com a professora Soraia o laboratório, ressalta que os estudos utilizam também a nanotecnologia. “A incorporação dessas nanopartículas contribui para reforçar esses materiais, melhorando suas propriedades e colaborando também para deixar essas embalagens mais eficientes em suas funções ativas ou inteligentes.”
Uma das pesquisas desenvolvidas atualmente no DCA com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais – Fapemig, desenvolve uma embalagem que utiliza a casca de tomate para tornar a embalagem antioxidante. “O objetivo deste trabalho é o reaproveitamento da casca de tomate, que é um resíduo da produção de molhos de tomate para a obtenção de um filme biodegradável e antioxidante.
A casca de tomate foi adicionada ao amido de mandioca e as embalagens foram obtidas pelo processo de extrusão”, explica a doutoranda Laura Fonseca. A casca de tomate é rica em licopeno, um poderoso antioxidante responsável pela coloração avermelhada do tomate. “Nos testes iniciais, observamos que o filme com a casca de tomate obteve uma ação antioxidante muito boa e agora vamos aplicar essa embalagem em castanhas. ”
As castanhas possuem problemas com a oxidação lipídica, que provoca a deterioração das propriedades do alimento (causando o chamado ranço). De acordo com Laura, o próximo passo da pesquisa é o teste da embalagem nas castanhas, para verificar o tempo de armazenamento e a ação antioxidante da casca do tomate.
Fonte: UFLA
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