Publicado em: 11/11/2025 às 08:30hs
Pesquisadores do Centro Tecnológico Agropecuário da Bahia (Cetab), vinculado à Secretaria da Agricultura, Pecuária, Irrigação, Pesca e Aquicultura (Seagri-BA), participaram de uma pesquisa nacional voltada à análise da qualidade do hidromel produzido no Brasil.
O trabalho, publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências, avaliou as propriedades físico-químicas e aromáticas da bebida em amostras coletadas em diferentes regiões do país, com o objetivo de definir parâmetros de qualidade que possam fortalecer a produção e o comércio do produto no mercado nacional.
O estudo incluiu amostras produzidas na Bahia, especialmente nas regiões da Chapada Diamantina e do Recôncavo, além de exemplares oriundos de São Paulo.
De acordo com os pesquisadores Paulo Mesquita e Manuela Barreto, as análises consideraram fatores como tempo de fermentação, níveis de acidez (pH), resíduos minerais e compostos aromáticos voláteis.
Os resultados indicaram que tempo de conservação e condições de armazenamento interferem diretamente na acidez e na composição dos aromas do hidromel.
“A partir dessas características, foi possível estabelecer parâmetros que orientam a produção e o uso do hidromel, garantindo melhor qualidade e estabilidade ao produto”, explicou Mesquita.
Entre as medidas propostas para assegurar a padronização da bebida, o estudo destaca o monitoramento do pH como etapa fundamental.
“Uma acidez elevada prejudica o processo de fermentação e compromete o sabor final do hidromel”, observou Manuela Barreto, reforçando a importância do controle químico durante a fabricação.
Considerado mais antigo que o vinho e a cerveja, o hidromel ainda é pouco explorado no Brasil e tem, em sua maioria, produção artesanal.
No entanto, o mercado global mostra potencial de expansão. Segundo levantamento da Fortune Business Insights, o setor deve crescer a uma taxa média anual de 18,71%, saltando de US$ 432,4 milhões em 2020 para US$ 1,6 bilhão até 2028.
Além de seu valor gastronômico, o hidromel desperta interesse pela composição funcional e propriedades benéficas à saúde.
Estudos apontam que o consumo moderado pode ajudar na prevenção de doenças como diabetes, câncer, inflamações, infecções respiratórias e distúrbios gastrointestinais.
Esses efeitos estão relacionados à presença de ácidos orgânicos, compostos fenólicos e peptídeos provenientes do mel — base da fermentação que dá origem à bebida.
Fonte: Portal do Agronegócio
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