Pesquisas

Paraná avança na proteção de rios e lagos com projeto científico de monitoramento ambiental

NAPI Biodiversidade analisa qualidade da água, fauna e impactos da pesca, detectando microplásticos e contaminantes em ecossistemas aquáticos


Publicado em: 17/11/2025 às 14:00hs

Paraná avança na proteção de rios e lagos com projeto científico de monitoramento ambiental
Projeto NAPI monitora saúde de rios, lagos e reservatórios

O NAPI Biodiversidade: Serviços Ecossistêmicos, desenvolvido com apoio da Fundação Araucária, vem realizando estudos detalhados sobre a saúde dos ambientes aquáticos continentais no Paraná. O projeto promove a integração entre ciência e sociedade, buscando soluções para conservar os recursos naturais essenciais à vida e à economia regional.

Rios, lagos e reservatórios são vitais para a sobrevivência de comunidades humanas e da biodiversidade. Eles regulam ciclos climáticos, armazenam carbono, sustentam atividades econômicas e fornecem alimento. No entanto, a poluição, excesso de nutrientes, espécies exóticas e mudanças no uso do solo colocam esses ecossistemas sob crescente pressão. A ONU estima que mais de 80% das águas residuais retornam à natureza sem tratamento, comprometendo a qualidade da água e a saúde ambiental.

Monitoramento abrangente da biodiversidade e qualidade da água

O NAPI desenvolveu protocolos que analisam diferentes indicadores ambientais, incluindo:

  1. Biodiversidade de fitoplâncton, zooplâncton, macroinvertebrados e peixes;
  2. Qualidade da água, como fósforo, nitrogênio, oxigênio dissolvido e transparência;
  3. Contaminantes e microplásticos em organismos aquáticos;
  4. Dados da pesca profissional e amadora.

Entre os resultados recentes, destaca-se a identificação de espécies de algas que afetam a qualidade da água em algumas bacias, especialmente na região noroeste do estado. Também foram detectados microplásticos e contaminantes em peixes, indicando riscos à fauna e ao consumo humano.

Pesca sustentável e impacto econômico

O projeto acompanha a atividade pesqueira, registrando tanto a pesca profissional, que abastece comunidades e mercados locais, quanto a pesca amadora, prática de lazer com crescente relevância econômica.

Os dados obtidos permitem avaliar a pressão sobre os estoques pesqueiros e apoiar o manejo sustentável, contribuindo para decisões mais eficazes sobre conservação e uso dos recursos aquáticos.

Ciência e gestão pública para proteger ecossistemas

De acordo com Claudia Bonecker, coordenadora do projeto e pesquisadora da Universidade Estadual de Maringá (UEM):

“O monitoramento contínuo da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos nos ajuda a antecipar riscos, reduzir impactos e apoiar decisões sobre gestão da água e da pesca. Isso protege não apenas os rios e peixes, mas também a segurança alimentar, a economia e a qualidade de vida das comunidades.”

Mais do que conservar os ambientes aquáticos, o NAPI permite acompanhar transformações da paisagem, antecipar ameaças à biodiversidade e fortalecer a resiliência dos ecossistemas de água doce. A iniciativa posiciona o Paraná como referência nacional em inovação e conservação ambiental.

Fonte: Portal do Agronegócio

◄ Leia outras notícias
/* */ --