Pesquisas

Palestra discute globalização na economia e desafios na segurança alimentar

Xiao Bing Yang, da Iowa StateUniversity (EUA), defende maior integração entre multinacionais e países para conter epidemias globais


Publicado em: 19/08/2014 às 14:00hs

Palestra discute globalização na economia e desafios na segurança alimentar

As mudanças climáticas acentuadas e o aumento populacional estão entre os principais desafios da economia global na garantia da soberania alimentar. Mas, como enfrentar esses problemas, que certamente virão em um futuro não tão distante? Esse foi o tema da palestra Impactof globalized economy on food security and our profession as plant pathologists in South and North America, do pesquisador Xiao Bing Yang, da Iowa State University (EUA). A palestra iniciou as discussões do 47º Congresso Brasileiro de Fitopatologia, que começou na noite do último domingo (17).

O pesquisador expôs dados históricos acerca dos efeitos do crescimento populacional e das mudanças de temperatura em várias localidades do globo, e especial na China – onde a temperatura aumentou em 2ºC em pouco mais de um século – e nas Américas. Apesar do aumento de produtividade das lavouras, mesmo com menor área de plantio – fruto do progresso técnico-científico, segundo Yang -, as projeções de oscilações climáticas apresentam desafios para as próximas gerações.

Na opinião de Yang, os principais caminhos a serem seguidos são três: melhoramento de sementes, desenvolvimento de tecnologia de informação e cooperação com grandes empresas multinacionais de controle biológico. “Em especial no Brasil, por causa do clima tropical, há grande incidência de pragas que podem devastar lavouras”, comentou, ressaltando a necessidade de controle biológico das epidemias. “Uma das alternativas para confrontar isso seria investir no melhoramento de sementes, como vem ocorrendo no Brasil, que é um importante ator na área de melhoramento no mundo”, comentou.

A baixa diversidade de espécies de plantas, provocada pela concentração de terras e a expansão dos mercados agrícolas, também foi abordada, assim como a logística e transporte desses produtos de exportação. Frente a crises de mercado e tragédias climáticas, os grandes competidores se sairiam muito melhor do que os pequenos, estes que completam a geração mundial de alimentos.“A tendência é que os pequenos produtores morram lentamente por causa dessa concentração”, prognosticou.

O incremento tecnológico no monitoramento de pragas mostra-se importante para o mercado de alimentos, na opinião do pesquisador. Os drones – veículos aéreos não tripulados – já são estudados como ferramentas que auxiliam no controle de lavouras em países como os EUA. O baixo custo é um dos atrativos, já que o valor de um drone chega a ser equivalente ao de um celular, segundo o pesquisador da Iowa StateUniversity.

Atingir a segurança alimentar, aliás, não implicaria em mais desgastes ao meio ambiente. O pesquisador afirma que é completamente possível aliá-la à biossustentabilidade, e citou o esclarecimento da população sobre os benefícios dos transgênicos, que auxiliam no aumento de produtividade e no melhoramento das espécies, como um dos meios de chegar a esse destino.

Fonte: Embrapa Soja

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