Publicado em: 28/08/2024 às 14:40hs
Os incêndios que assolaram o interior de São Paulo na última semana causaram prejuízos a centros de pesquisa da região de Ribeirão Preto (SP). O Instituto Agronômico (IAC), em Ribeirão Preto, confirma que 70% de sua área destinada a pesquisas sobre o plantio de cana-de-açúcar foi consumida pelas chamas, o que equivale a 110 hectares.
O local é conhecido por conduzir pesquisas relacionadas a melhoramento genético, solo, manejo de pragas e doenças, entre outras atividades voltadas para ampliar a eficiência da produção de cana.
“Isso cria rachaduras por onde entram microrganismos e vai apodrecendo essa cana, estragando essa cana, e perdendo qualidade pra fabricação de etanol, pra fabricação de açúcar, mas tem coisas que infelizmente a gente não vai conseguir recuperar neste momento. Vai conseguir recuperar no ciclo posterior”, lamenta Marcos Landell, diretor do instituto.
Na região, outro local de referência que registrou prejuízos é o Instituto de Zootecnia de Sertãozinho (SP), ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
O tamanho do estrago ainda não tinha sido contabilizado, mas a devastação do campo e os danos na casa onde os pesquisadores costumam ficar hospedados antecipam a proporção dos prejuízos no local, cujas inovações ajudam em avanços da pecuária.
“As pesquisas, quando são conduzidas no campo, qualquer problema climático, um incêndio mais acentuadamente, afeta a coleta de informações, então isso atrasa o resultado das pesquisas. A gente tem um alojamento que acabou incendiando, a gente ainda está avaliando o quanto afetou, mas está sem uso nesses dias até que a gente consiga recuperar essa unidade”, afirma Carlos Nabil, coordenador da APTA.
De acordo com dados estimados pela Defesa Civil, em torno de 40 mil hectares foram atingidos em todo o estado desde o fim da semana passada, quando uma onda de incêndios causou estragos em vegetações e plantações, fechou estradas, provocou evacuações de casas, ao menos duas mortes, além de transtornos à saúde pública, com o acúmulo de fuligem e de poeira.
Segundo o Bando de Dados de Queimadas (BDQueimadas), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), mais de 3,1 mil focos foram registrados em agosto, o maior número para o mês desde 1998. Deste total, 2,6 mil ocorreram em três dias, principalmente em municípios das regiões de Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP).
A situação levou o governo estadual a criar um comitê de crise em Ribeirão Preto, com apoio de aeronaves das Forças Armadas para monitoramento e combate às chamas.
Os incêndios deixaram de avançar na segunda-feira (26), em parte graças à chegada de chuvas e uma frente fria, mas as autoridades seguem em alerta para novos eventos, dada a previsão de clima seco nos próximos dias.
Fonte: Portal do Agronegócio
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