Pesquisas

Estudo avalia produção de alfaces consorciadas

Desempenho foi observado em sistemas agroflorestais (SAFs) que combinam culturas agrícolas com árvores


Publicado em: 24/05/2021 às 10:00hs

Estudo avalia produção de alfaces consorciadas
Foto: Os sistemas agroflorestais agroecológicos e biodiversos combinam culturas agrícolas com árvores florestais e frutíferas na mesma área, buscando a utilização mais eficiente dos recursos naturais - Foto: Ana Lúcia Ferreira

Um estudo avaliou o desempenho produtivo da alface irrigada em cultivo solteiro e consorciada com rúcula e rabanete em sistemas agroflorestais (SAFs) e a pleno sol.  O objetivo foi encontrar meios de aprimorar os fatores de produção nos cultivos consorciados de hortaliças e de adubos verdes em entrelinhas de um sistema agroflorestal no Sítio Agroecológico da Embrapa Meio Ambiente. Os sistemas agroflorestais agroecológicos e biodiversos combinam culturas agrícolas com árvores florestais e frutíferas na mesma área, buscando a utilização mais eficiente dos recursos naturais.

O trabalho foi conduzido pelo Núcleo de Agroecologia da Embrapa Meio Ambiente(SP), em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq). Os resultados mostraram que as cultivadas em consórcio apresentaram diâmetro horizontal, massa seca e número de folhas similares às produzidas sozinhas nas mesmas condições. Os sistemas de consórcio são vantajosos em comparação ao cultivo solteiro da alface, ao produzir maior quantidade de hortaliças (rúcula e rabanete) por unidade de insumos e água.

“Os sistemas agroflorestais agroecológicos (SAFs) apresentam uma combinação de espécies de culturas agrícolas de interesse econômico e de espécies com várias outras funções, entre elas os adubos verdes, que são responsáveis pela ciclagem e fornecimento de nutrientes que melhoram a qualidade dos solos nos seus aspectos físicos, químicos e biológicos”, explica o pesquisador da Embrapa Joel Queiroga.

Trabalho também analisou o manejo de solo para utilização de plantas que atuam como adubos verdes em SAFs. Somente nos experimentos a pleno sol (sem sombreamento), a massa seca da alface apresentou diferença significativa entre os dois sistemas, com o valor no cultivo solteiro superior ao do cultivo consorciado.

O cientista frisa que as hortaliças têm se consolidado como uma alternativa interessante de cultivo para os primeiros anos dos SAFs, uma vez que ocupam pequenas áreas e possuem um alto valor econômico agregado. 

Os pesquisadores explicam que a olericultura intensiva convencional tende a explorar todo o potencial do solo, água e insumos, para maximizar a produção, exigindo altos níveis de investimento, o que pode causar impactos negativos ao meio ambiente. Para minimizar esses impactos, têm-se adotado sistemas de produção agroecológicos como os SAFs biodiversos, que combinam espécies em uma mesma área e intervalo de tempo, propiciando maior otimização e melhor aproveitamento de insumos, água e mão de obra. Essa combinação pode ser tanto de espécies voltadas para a produção de alimentos como também para a restauração ou manutenção da qualidade do solo, como as plantas que servem como adubos verde, como feijão-de-porco, crotalária, aveia-preta, tremoço-branco, guandu, nabo forrageiro, mucuna, milheto e outras.

Fonte: Embrapa Meio Ambiente

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