Publicado em: 20/08/2024 às 09:30hs
Sojicultores poderão alcançar uma produtividade de até 3,5 toneladas por hectare na safra 24/25, conforme levantamento da consultoria Datagro. No entanto, a presença do percevejo marrom — uma das pragas mais prejudiciais à soja — pode reduzir essa produtividade em cerca de 30%, resultando em uma perda superior a 1 tonelada por hectare. Esse impacto pode acarretar um prejuízo financeiro considerável para os agricultores. De acordo com dados da Embrapa, na última safra, os danos causados pelo inseto geraram uma perda estimada em R$12 bilhões.
Dada a gravidade dos danos potenciais, especialistas de renome, incluindo pesquisadores da Embrapa, das principais universidades e institutos de pesquisa do Brasil, participaram do 1º Fórum Técnico de Controle Preventivo do Complexo de Percevejos. O evento foi organizado pela Nitro, uma multinacional brasileira dedicada à produção de insumos especiais para o agronegócio. O Fórum teve como foco discutir as recentes inovações no manejo da praga, especialmente o uso do macroparasitoide Telenomus podisi, que atua como um inseticida biológico.
A técnica de controle biológico tem ganhado destaque na agricultura, principalmente dentro do manejo integrado de pragas. O Telenomus podisi é utilizado para combater biótipos resistentes e reduzir a pressão dos percevejos desde a fase de ovos, melhorando assim a qualidade do grão e impactando positivamente a produtividade dos produtores. Tarcísio Júnior, agrônomo e coordenador técnico de mercado na Nitro, explicou: “Liberamos ovos de percevejos já parasitados, produzidos em larga escala em nosso laboratório exclusivo. Nos primeiros dias de vida, as vespas desse parasitoide copulam e, em seguida, buscam ovos de percevejos na lavoura. Ao encontrar um ovo, a vespa suga a seiva e deposita seus próprios ovos, resultando no nascimento de mais Telenomus podisi em vez de percevejos.”
Cecília Czepak, pesquisadora e professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), ressaltou a importância do controle preventivo desde os estágios iniciais da praga: “Ao focar no controle preventivo desde o estágio inicial, podemos reduzir significativamente as infestações e proteger as colheitas.”
Após o Fórum, os especialistas visitaram a unidade de produção do Theros, responsável pela criação do Telenomus podisi. Heraldo Negri e Diogo Carvalho, sócios da Vivus — uma joint venture formada com a Nitro em 2023 para expandir a produção de insumos biológicos — guiaram a visita. Negri comentou: “Mensalmente, produzimos cerca de 300 litros de ovos de percevejo. Esta é a primeira vez que conseguimos produzir tal quantidade de ovos já parasitados, um resultado de muito investimento em pesquisa e inovação.”
Jonas Cuzzi, diretor de marketing agro da Nitro, destacou o crescimento do mercado de produtos biológicos entre os agricultores brasileiros, que movimenta bilhões de reais no país. “A nossa linha de biológicos representa atualmente cerca de 10% do faturamento da companhia. Temos a meta de quadruplicar essa participação até o final de 2028, com o lançamento de novos produtos e o impulso nas vendas do Theros”, concluiu Cuzzi.
Fonte: Portal do Agronegócio
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