Publicado em: 31/03/2022 às 17:40hs
Um possível desabastecimento de fertilizantes minerais tem preocupado agricultores no Brasil e no mundo.
Embora não haja uma alternativa para a substituição total desses produtos atualmente, a pesquisa agropecuária avança em diversos estudos. O foco são maneiras de reduzir e otimizar o uso desses insumos, priorizando práticas agrícolas mais sustentáveis.
Dentre as tecnologias poupadoras de fertilizantes minerais, está o manejo da fertilidade por meio da análise do solo. Isto torna as recomendações de adubação mais eficientes na utilização dos nutrientes pelas plantas, resultando na máxima produtividade da cultura.
A EPAMIG vem, pois, testando o uso de adubos orgânicos associados ou não a fertilizantes minerais e com organominerais. Assim, capazes de potencializar a eficiência na absorção de nutrientes pela planta.
“A premissa é obter maior produtividade com a mesma quantidade ou com doses menores destes fertilizantes com eficiência aumentada (aqueles com potencial para liberar os nutrientes no momento em que as plantas mais necessitam)”, explica o pesquisador da EPAMIG, Alex Teixeira Andrade.
“As pesquisas apontam que é possível substituir parcialmente os fertilizantes minerais por fertilizantes organominerais. Melhorando o crescimento das plantas, a qualidade do solo e a fixação de dióxido de carbono (CO2). No entanto, não se trata de uma fonte alternativa, uma vez que o processo de produção desses organominerais utiliza fertilizantes minerais”, acrescenta o pesquisador.
De acordo com o pesquisador Sânzio Mollica Vidigal, “nas pesquisas com hortaliças, café e culturas anuais, os fertilizantes organominerais apresentam bom desempenho. Em função de efeitos sinérgicos que ocorrem no solo, qualidade em nutrientes e função potencial para a fixação de gás carbônico”. Mas, chama atenção para o fato de que são necessários mais estudos para se precisar resultados a médio e longo prazo.
Na utilização de fertilizantes minerais, a EPAMIG desenvolve pesquisas para obtenção da dose ótima de diversos nutrientes. Promovendo, assim, a melhoria na recomendação de adubação, o uso racional de fertilizantes e, consequentemente, um melhor manejo da fertilidade do solo para diversas culturas.
Dessa forma, um exemplo deste melhor manejo da fertilidade é a aplicação foliar do micronutriente molibdênio (Mo). Ele aumenta a eficiência do uso do nitrogênio em diversas plantas, promovendo a redução da dose de Nitrogênio (N) aplicada.
Na cultura da cebola, a aplicação foliar de molibdênio permitiu a redução de até 100 kg/ha de N para a obtenção da máxima produção de bulbos. E, na cultura do feijão, o uso de Mo, seja na aplicação foliar ou em sementes enriquecidas com este micronutriente possibilita a redução na adubação em cobertura com nitrogênio.
Também para cultura do feijoeiro, estudos focam outras alternativas para a redução ou eliminação da adubação nitrogenada. Dentre elas, o uso do clorofilômetro como ferramenta para determinação da quantidade exata de adubação nitrogenada para o feijoeiro comum (a análise do teor de clorofila nas folhas, permite precisar a quantidade dos nutrientes fundamentais na planta). E uso de inoculação e coinoculação com rizóbio (bactérias fixadoras de Nitrogênio) a azospirilum (que produz ácido indol-3-acético (AIA), uma auxina que atua no alongamento celular).
Fonte: Hub do Café
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