A Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, uma das 47 unidades da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa, recebeu hoje (09/09) pela manhã a visita de uma delegação inglesa composta por oito membros do Comitê para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (International Development Committee – IDC, sigla em inglês) e quatro representantes do Ministério para o Desenvolvimento Internacional do Reino Unido (Department for International Development - DFID, sigla em inglês). Eles vieram acompanhados de representantes da Embaixada Britânica em Brasília e da Secretaria de Relações Internacionais da Embrapa (SRI) e foram recebidos pelo chefe-geral da Unidade, Mauro Carneiro.

O IDC é o órgão do Parlamento Inglês responsável pelo monitoramento da política, administração e gastos relacionados ao desenvolvimento internacional do Reino Unido. A visita ao Brasil, que inclui também o Rio de Janeiro, faz parte de uma pesquisa sobre o futuro da cooperação britânica para o desenvolvimento, iniciada em 2012 e que se estende até 2014, com o objetivo de analisar as necessidades e perspectivas da cooperação daquele país a médio e longo prazo com foco no papel da cooperação internacional e da assistência para o desenvolvimento no futuro e na definição de novos empréstimos pelo DFID, entre outras questões.

Especificamente em relação à Embrapa, o que o Comitê pretende, com essa pesquisa, é avaliar a atual cooperação em relação à agenda de desenvolvimento global e definir novas áreas para a cooperação britânica no futuro.

A comitiva britânica foi recebida pelo chefe-geral da Unidade e, depois assistiu a uma apresentação sobre a atuação da Embrapa pelo coordenador de Intercâmbio de Conhecimento - CIC da SRI, Luciano Nass.

Nass apresentou o quadro de empregados da Embrapa, que conta hoje com cerca de 9.800 empregados distribuiídos pelas 47 unidades da Empresa em praticamente todos os estados da Federação. Desses, 2.400 são pesquisadores e cerca de 2.000 têm PhD.

O grande desafio da Embrapa desde a sua criação há 40 anos, segundo o pesquisador, é incorporar conhecimentos científicos e inovações tecnológicas ao modelo tradicional de agricultura desenvolvido no país. Muitos resultados já foram obtidos nesse sentido e outros estão em andamento.

A agricultura é um setor de extrema importância para a economia brasileira e prova disso é que dos 1,61% do PIB do país dedicados à ciência e à tecnologia, 11,8% estão direcionados ao desenvolvimento agrícola.

Segundo Nass, 80% da produção agrícola brasileira são consumidos internamente. Os 20% restantes são exportados para mais de 180 mercados consumidores em todo o mundo.

A cooperação internacional é determinante para garantir o futuro sustentável da agropecuária brasileira. Um dos exemplos de sucesso é a Agricultural Innovation MKTPlace, uma iniciativa internacional apoiada por instituições de diferentes países, com o objetivo de beneficiar os pequenos produtores da África, América Latina e Brasil, a partir de parcerias colaborativas em prol da inovação tecnológica.

Visita ao herbário da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia

Por fim, a delegação visitou o herbário da Unidade (Herbário CEN), no qual são conservadas mais de 70 mil amostras de plantas desidratadas a baixas umidades e temperaturas entre 18°C e 20°C. Eles foram recebidos pelo pesquisador Marcelo Simon.

Desde 2005, o herbário é credenciado como fiel depositário pelo Conselho de Gestão do Patrimônio Genético (CGEN/MMA). Cerca de 50% das amostras de sua coleção representam plantas de uso econômico, incluindo gramíneas e leguminosas forrageiras, mandioca, amendoim, abacaxi, inhame, oleaginosas, ornamentais, medicinais e parentes silvestres de plantas cultivadas.

O acervo do Herbário CEN conta com exemplares de todos os biomas brasileiros, frutos de expedições de coleta realizadas em todo o país, em busca de espécies de uso conhecido e potencial e de espécies silvestres de alguns grupos nativos utilizado na agricultura (amendoim, mandioca, caju, seringueira, macaúba, etc.)

Vale ressaltar que a Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia é a única instituição brasileira que realiza sistematicamente ações de coleta e conservação de recursos genéticos em prol da segurança alimentar. Nos últimos 14 anos, têm sido priorizados o resgate e inventário da biodiversidade vegetal em áreas impactadas pela construção de estradas, formação de reservatórios hidrelétricos, construção de condomínios, etc.