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Embrapa Lança Rede Restaurabio para Fortalecer Restauração de Ecossistemas

Iniciativa reúne 150 especialistas para desenvolver modelos de recuperação ambiental e influenciar políticas públicas


Publicado em: 10/07/2024 às 12:30hs

Embrapa Lança Rede Restaurabio para Fortalecer Restauração de Ecossistemas

A Embrapa acaba de lançar a Rede Restaurabio, uma iniciativa pioneira dedicada à restauração de ecossistemas. Composta por cerca de 150 especialistas dos centros de pesquisa da Embrapa, a rede tem como objetivo desenvolver modelos de restauração produtiva e ecológica, influenciar políticas públicas, identificar lacunas tecnológicas e gerenciar o conhecimento sobre o tema.

No dia 28 de junho, mais de 80 especialistas participaram do workshop online que oficializou a criação do grupo. A Rede Restaurabio é o primeiro resultado do Grupo de Trabalho de Restauração de Ecossistemas, que mapeou os especialistas da Embrapa atuando em diversas áreas, como gestão da informação, avaliação de projetos, transferência de tecnologia, inclusão socioprodutiva, estudos socioeconômicos e valorização econômica.

Segundo Ana Euler, diretora da Embrapa, a formação da rede reflete a importância crescente do tema, impulsionada por demandas do governo federal e políticas públicas relacionadas ao Plano Nacional de Mudanças Climáticas e ao Acordo de Paris. "O Brasil se comprometeu a restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030 e expandir áreas agropecuárias com ILPF e restauração de pastagens degradadas, agora uma política nacional do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa)", explica Euler.

A restauração de ecossistemas, além de responder ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e à Lei de Proteção da Vegetação Nativa, é vista como uma solução concreta para capturar carbono atmosférico por meio de atividades produtivas. "Hoje, nossa demanda vai além da restauração ecológica para incluir alternativas de produção sustentável. Espera-se que as pesquisas da Embrapa possam apoiar diferentes modelos de restauração ecológica, produtiva e energética, posicionando o Brasil como líder em sumidouro de carbono", afirma a diretora.

Para alcançar esses objetivos, a Embrapa está em diálogo com diversas fontes de financiamento, como o BNDES, visando zerar o desmatamento e reverter passivos ambientais no Arco do Desmatamento. Em dezembro de 2023, o governo federal lançou o Programa Arco da Restauração, com um investimento previsto de cerca de R$ 1 bilhão.

Além disso, a Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater) possui recursos para transferência de tecnologias, sendo uma potencial parceira na cadeia da restauração. "São muitas oportunidades e compromissos que a Embrapa poderá atender com o trabalho da Rede Restaurabio", destaca Ana Euler, mencionando a importância da rede para a COP 30 em 2025.

Clenio Pillon, diretor de Pesquisa e Inovação da Embrapa, ressaltou a importância da rede para apoiar o Plano de Ação apresentado à Casa Civil, focado na recuperação de áreas produtivas no RS. "Este programa de restauração ambiental é essencial para recompor a capacidade produtiva e ambiental do estado", afirma Pillon.

A Rede Restaurabio considerará solo, água, fauna, flora e o conceito de Saúde Única em seus projetos. Pillon propôs a união de esforços para lançar um programa robusto de PD&I no tema, articulando com políticas públicas e focando na transferência de conhecimento e soluções.

Um dos desafios da Rede é fortalecer a plataforma Webambiente, que reúne experiências da Embrapa e parceiros para diagnóstico e planejamento da restauração de ecossistemas nos biomas brasileiros. "Organizar e potencializar os dados científicos permitirá novas oportunidades de pesquisa", explica Felipe Ribeiro, coordenador do GT.

A Rede também se dedicará a identificar lacunas em pesquisa, criar métricas para custo de restauração e sequestro de carbono, e propor modelos eficazes para diferentes necessidades. Este trabalho é resultado de um levantamento sistemático das expertises dos pesquisadores, abrangendo biomas como a Amazônia e a Mata Atlântica.

Daniel Papa, membro do GT, reforça que a Rede conectará conhecimentos diversos para atender às exigências ambientais e produtivas. "A Rede nasce com a tarefa fundamental de integrar conhecimentos associados à restauração de vegetação nativa, oferecendo soluções que atendam à legislação ambiental e beneficiem produtores rurais", afirma Papa.

Os próximos passos incluem workshops internos para validação dos modelos e apresentações para financiadores como BNDES e MDS, com o objetivo de garantir o financiamento das ações propostas pela Rede Restaurabio.

Fonte: Portal do Agronegócio

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