Publicado em: 26/08/2013 às 08:10hs
O milho está ganhando expressivo espaço em Sergipe e Bahia. De acordo com o pesquisador Helio Wilson da Embrapa Tabuleiros Costeiros, que organizou a participação da Embrapa em Paripiranga, o objetivo do evento foi desenvolver ações que possam modificar ou melhorar o sistema de produção de milho e demais grãos na região.
A Embrapa Tabuleiros Costeiros montou uma “vitrine” com diversas parcelas demonstrativas de milho com o objetivo de mostrar o controle de ervas daninhas e como fica o cultivo sem esse controle para que os agricultores presentes tenham consciência da sua importância.
“Dependendo da ‘competitividade’ da lavoura com as ervas daninhas, que disputam os recursos naturais (água, nutrientes e radiação solar), pode haver perdas de até 80% na produtividade”, destaca Sérgio de Oliveira Procópio, pesquisador da Embrapa Tabuleiros Costeiros.
Para melhor visualizar a importância do combate às ervas daninhas, a Embrapa montou seis tipos de estratégias de controle na cultura do milho. A primeira, não foi realizado nenhum tipo de controle e obviamente, era grande a quantidade de ervas daninhas.
Na segunda faixa demonstrativa, havia apenas uma aplicação do herbicida glifosato, um defensivo agrícola que não deixa resíduo no solo e que só mata as ervas daninhas emergidas, mas que só pode ser usado em híbridos de milhos resistentes a esse herbicida.
Na terceira faixa demonstrativa, a Embrapa mostrou a conveniência em realizar uma segunda aplicação de glifosato, em intervalo de 20 dias, caso ocorra um segundo fluxo de emergência, principalmente em locais com grande pressão de infestação, pela grande quantidade de sementes de ervas daninhas no solo. A eficiência do herbicida atrazina, inclusive em associação com outros herbicidas, também foram demonstrados em outras duas faixas demonstrativas.
Sistemas de produção de milho
Outra “vitrine” montada pela Embrapa foi o experimento sobre sistemas de produção de milho. Nela, os pesquisadores Inácio de Barros e Edson Patto Pacheco realizaram a demonstração de 12 sistemas de produção para diferentes níveis tecnológicos: baixo, médio e alto.
O nível baixo corresponde ao pequeno produtor familiar com pouco acesso a crédito e foco em sua subsistência. Assim são testadas técnicas adequadas a essa situação como o consórcio com o feijão, uso mínimo de insumos e de genótipos tipo variedades e híbridos duplos.
Já o nível tecnológico médio corresponde ao produtor que, mesmo tendo acesso a crédito e uma produção voltada ao mercado, os seus recursos em maquinários e a possibilidade de uso de tecnologias mais caras são ainda limitadas. Para esse nível estão sendo testadas alternativas como plantios adensados, racionalização da adubação uso de genótipos superiores e de preparo conservacionista do solo.
No nível tecnológico alto, encontram-se os grandes produtores que praticamente não possuem limitações de recursos e têm acesso às mais modernas tecnologias. Neste nível estão sendo apresentadas técnicas como o plantio direto, a rotação de culturas, genótipos resistentes às pragas, altas densidades de plantio, adubação racional baseada na análise de solo e na reposição das exportações e o plantio de gramíneas em conjunto com o milho como preparação para a integração lavoura-pecuária.
Feijão
A Embrapa Arroz e Feijão montou um vitrine e expos a importância do uso de tecnologia no cultivo do feijoeiro sobretudo na qualidade das sementes corretas para a região.
Atraves de boas sementes apropriadas para a região, garante-se uma série de características, desenvolvidas pelo programa de melhoramentos da Embrapa, tais como arquitetura da planta (visando colheita mecanizada), resistência à doenças (principalmente a traquinose e mancha angular).
“Com sementes de boa qualidade, garante-se que doenças não sejam levadas para a lavoura”, afirma o Adriano Nascimento, pesquisador da área de fitotecnia da Embrapa Arroz e Feijão. “O produtor gasta muito mais com fungicida se usar sementes de má qualidade além de ter que adubar muito mais para recuperar a lavoura enfraquecida”, complementa ele.
Ele disse ainda que as sementes devem ser escolhidas de acordo com as características da região e no caso, adaptadas ao Nordeste, como o grão Carioca, o mais consumido.
A Embrapa Arroz e Feijão indica a cultivar BRS Estilo para a região de Paripiranga que apresenta alta produtividade (4 mil quilos por hectare), grão claro e porte ereto, que facilita a colheita.
Outra variedade recomendada é a BRS Ametista, muito semelhante à cultiva pérola, resistente às doenças com alto potencial produtivo (4200 quilos / hectare).
Sorgo
O sorgo foi destaque também nesse Dia de Campo da Embrapa, pois esta cultura é muito apropriada para o Nordeste devido a sua maior tolerância à deficiência hídrica.
“O sorgo, usado com tecnologia apropriada, pode ser ideal para reforma do canavial, silagem e produção de álcool” afirma o pesquisador Ivênio Rubens de Oliveira . Pesquisas estão sendo realizadas com sucesso em algumas usinas, no cultivo de sorgo sacarina destinado à produção de álcool.
Soja
A Embrapa está estudando a viabilidade do cultivo da soja no Nordeste como alternativa para rotação de cultura com o milho. É sabido que, para evitar pragas e doenças, é recomendável haver a rotação de cultura gramínia (milho) - leguminosa (soja).
Nesse sentido a Embrapa está pesquisando 45 variedade para a região e avaliando o comportamento de cada uma delas. Muitas dessas variedades foram expostas nesse Dia de Campo em Paripiranga.
Fonte: Embrapa Tabuleiros Costeiros
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