Publicado em: 11/07/2022 às 13:20hs
Os resultados de um estudo que acaba de ser publicado no Journal of Cleaner Production, mostram que a Taboa (Typha domingensis), espécie de planta aquática naturalmente encontrada na região, aumenta o potencial de fitorremediação do manganês em até 2000%.
O estudo desenvolvido na Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq/USP), tem como primeira autora a engenheira agrônoma Amanda Duim Ferreira e traz informações que podem direcionar políticas públicas na região.
“A planta já está crescendo espontaneamente sobre os rejeitos lá no estuário e os dados desse artigo mostram esse potencial natural. O que podemos fazer para aumentar esse potencial é aplicar técnicas de manejo, como as já utilizadas em plantas comerciais (adubação, densidade de plantio, época de colheita) para aumentar a produção de biomassa, o que potencializará o processo de remediação”.
Manganês – o manganês é um elemento abundante na natureza e por isso muitas vezes não é percebido como tóxico, mesmo quando encontrado em elevadas concentrações no solo e na água. Conforme os pesquisadores, não existem valores limites de manganês para solos, apesar de pesquisas apontarem efeitos tóxicos em plantas, animais e seres humanos. Em seres humanos as elevadas concentrações de Mn são associadas a doenças como o Alzheimer, além de outros distúrbios neurodegenerativos e do sistema nervoso central.
Segundo outro estudo publicado anteriormente pelo grupo da Esalq, o risco das elevadas concentrações de manganês em água se refletiram em altos teores de manganês em duas espécies de peixes, o bagre amarelo (Cathoropus spixii) e o peixe-gato marinho (Genidens genidens), ambos comumente consumidas pela população local, fato que representa um risco crônico para a saúde das comunidades ali presentes.
Além de Amanda Duim Ferreira, estão envolvidos no desenvolvimento do projeto pesquisadores do Grupo de Estudo e Pesquisa em Geoquímica de Solos da Esalq, que tem coordenação de Tiago Osório Ferreira, professor do Departamento de Ciência do Solo. A pesquisa conta com financiamento da FAPESP, FAPES, CAPES e CNPq, além da colaboração de pesquisadores da Universidade Federal do Espírito Santo, Universidade Federal Fluminense e da Universidade de Santiago Compostela, da Espanha. Clique aqui e acesse na íntegra.
Fonte: Esalq/USP
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