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Coleta e análise de dados como solução para impulsionar o agronegócio no Brasil

A introdução da coleta e análise de dados em toda a cadeia de produção é um dos caminhos para o sucesso pleno das indústrias que atuam no agronegócio


Publicado em: 27/08/2015 às 15:00hs

Coleta e análise de dados como solução para impulsionar o agronegócio no Brasil

Apesar da retração econômica, relatórios da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Agência de Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) estimam que o agronegócio brasileiro seguirá crescendo nos próximos dez anos. Mesmo com recursos limitados, as companhias compreendem a necessidade de rever estratégias e diminuir riscos.

A introdução da coleta e análise de dados em toda a cadeia de produção é um dos caminhos para o sucesso pleno das indústrias que atuam no agronegócio. Utilizados por empresas de tecnologia, governos e outros tipos de negócios, os dados são os principais elementos que compõem a lógica de funcionamento do mercado. Na prática significam informação em larga escala que proporcionam amplo conhecimento das operações dos diversos setores produtivos.

Em suma, todos querem utilizar dados por compreenderem o potencial deste conhecimento aplicado na gestão dos negócios. No entanto, a questão são as dificuldades de como colher as informações, sobretudo nos setores da agricultura, pecuária e afins. A primeira barreira a vencer é: como e onde coletar estes dados? A segunda: como extrair os dados que preciso deste imenso volume de informações? E finalmente: como avaliar o que eles significam?

A análise de dados existe para dar transparência e segurança na tomada de decisões. Para tanto, é necessário que seja feita por quem possui compreensão e know how sobre o assunto. Por exemplo, suponhamos que uma indústria do agronegócio queira saber como o seu produto é utilizado em 10.000 fazendas. Ela poderá encomendar uma pesquisa em algum instituto ou introduzir um sistema interno para coleta de dados ou, ainda, buscar um serviço especializado em análise de dados para o setor agrícola.

Se a companhia optar por encomendar uma pesquisa, obterá a projeção atual do uso do produto, baseada em investigação com 100, 200 ou 500 fazendas. Portanto, por mais que o trabalho seja bem feito, sempre será uma projeção, não valores totais, e o seu conhecimento será válido por curto período. Considerando a dinâmica do mercado, será preciso fazer uma série de pesquisas para atualizar a informação desejada – o que pode ser custoso demorado e impreciso. Além disso, caberá à empresa pensar quais estratégias adotar baseada nesses dados. Muitas vezes por falta de profissionais experientes ou outras questões, as indústrias gastam com pesquisas, porém não as aproveitam nos planejamentos estratégicos de vendas, produção, P&D, e outras áreas.

Sendo assim, a segunda opção de implementar um sistema interno para coleta e análise de dados, será mais efetiva. Afinal, o sistema não trará projeções, mas, fluxo constante de informações atualizadas acerca do uso dos produtos em todas as 10.000 fazendas. Para cumprir esta tarefa, a companhia terá de contratar equipe especializada em gerenciamento de dados, instalar equipamentos (software e hardware) e sensores (dispositivos que coletam informações) nas fazendas, arcar com custos de manutenção e atualização de métodos e sistemas. Sem dúvidas, esta preferência poderá ser onerosa e arriscada.

Ora, a função da análise de dados é justamente exercer o controle de riscos, não ser ela mesma um risco. A opção de contratar um serviço de análises de dados terceirizado torna possível saber, precisamente, como as 10.000 fazendas estão utilizando um produto, além de acompanhar as oscilações do mercado. Conhecendo cada etapa do processo: coleta de dados, gerenciamento, avaliação, etc, estas empresas atuam como uma consultoria inteligente, apontando para a indústria quais caminhos seguir. Dá para imaginar o potencial deste tipo de serviço aplicado em: organização da cadeia de fornecedores, planejamento da produção, vendas, marketing, o que for preciso, enfim?

A inclusão de análise avançada de dados pelas indústrias de agronegócio ainda é incipiente no Brasil. Na América do Norte e Europa, no entanto, é cada vez mais comum, já que por motivos de forte demanda ou limitação territorial, inovação e tecnologia são necessárias para abrir caminho à eficiência e ao crescimento. Em tempos de tensão econômica em diversos países, é necessário rever estratégias e tomar decisões acertadas – a primeira delas pode ser conectar a indústria para a coleta e análise de dados.

Kim Noel é General Manager da AGDATA

Fonte: Via News

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