Publicado em: 26/12/2025 às 11:20hs
Durante a COP30, realizada em Belém (PA), o Brasil apresentou ao mundo o livro "Ciência para o clima e soluções da agricultura brasileira". A obra, organizada pela Embrapa, sintetiza décadas de pesquisas que posicionam o país como a maior vitrine de sustentabilidade tropical, comprovando que o manejo tecnológico é capaz de transformar o solo em um potente sequestrador de gases de efeito estufa (GEE).
O balanço de carbono tornou-se um indicador estratégico para a competitividade do agro. Segundo a pesquisadora Beata Madari (Embrapa Arroz e Feijão), a capacidade de mensurar com exatidão o que é emitido e o que é capturado permite a certificação de cadeias produtivas.
"A avaliação do ciclo de vida permite comprovar que a agricultura tropical contribui diretamente para mitigar as mudanças climáticas", afirma Madari. Para garantir essa confiabilidade, a Embrapa coordena o EPCS, o primeiro programa mundial de harmonização de análise de carbono no solo, envolvendo 176 laboratórios.
O braço operacional desta transformação é o Plano ABC+ (2020–2030). A política pública visa expandir tecnologias sustentáveis para 72 milhões de hectares, com o objetivo de evitar a emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de CO₂ equivalente até 2030. Entre as práticas de destaque estão:
A pecuária brasileira é um dos setores que mais evoluiu. Nos últimos 20 anos, a área de pastagens reduziu 11%, enquanto a produtividade quase dobrou. Atualmente, pesquisas da Embrapa indicam que dietas com óleos vegetais, leguminosas e inibidores como o 3-NOP podem reduzir em até 48% as emissões de metano entérico, sem prejudicar o desempenho do rebanho.
A inovação chega ao dia a dia do produtor através de novas ferramentas:
Para assegurar a transparência exigida pelo mercado internacional, o Brasil utiliza ferramentas de Monitoramento, Relato e Verificação (MRV), como o AgroTag MRV e o SatVeg. Esses sistemas digitais facilitam a inserção de produtores em mercados de crédito de carbono e garantem a rastreabilidade ambiental do produto brasileiro.
Ao unir ciência e políticas públicas, o Brasil demonstra que a neutralidade climática caminha junto com a segurança alimentar e a rentabilidade do produtor rural.
Fonte: Portal do Agronegócio
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