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Brachiaria Híbrida Mavuno Se Destaca na Fenação com Alta Digestibilidade e Qualidade Nutricional

Pesquisa revela que o Mavuno oferece excelente relação entre produção de massa seca e qualidade nutricional, mesmo em idades de corte avançadas


Publicado em: 06/09/2024 às 08:00hs

Brachiaria Híbrida Mavuno Se Destaca na Fenação com Alta Digestibilidade e Qualidade Nutricional

Uma pesquisa conduzida pela Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Brasília (UNB) confirmou a excelência da Brachiaria híbrida Mavuno na fenação. O estudo, que analisou a produção e a qualidade do feno de Mavuno, revelou que a forrageira mantém uma alta digestibilidade e um elevado valor nutricional, mesmo quando cortada em idades mais avançadas.

De acordo com Ana Caroline Pereira da Fonseca, engenheira agrônoma e autora do estudo “Produção e Composição Químico-Bromatológica de Feno da Capim Mavuno”, os resultados corroboram as observações de campo dos produtores. “O Mavuno se destaca pela sua capacidade de fornecer um feno de alta qualidade, seja para pastagem convencional ou para conservação de forragem,” afirma Fonseca.

A fenação é uma técnica amplamente utilizada por pecuaristas para conservar forragens de qualidade, aproveitando os períodos de abundância para garantir suprimentos durante épocas de escassez. Este processo envolve a desidratação das plantas forrageiras, resultando em um produto nutritivo que pode ser armazenado por longos períodos com perdas mínimas.

“O feno, assim como a silagem, é um suplemento caro e é usado principalmente em sistemas pecuários avançados. Quando o processo é bem executado, a qualidade da forragem é preservada. No entanto, se a forragem inicial for de baixa qualidade, o feno também será de qualidade inferior,” explica o professor Gilberto Gonçalves Leite, PhD e orientador da pesquisa.

O experimento foi realizado na Fazenda Água Limpa (FAL), da Universidade de Brasília, durante os meses de fevereiro e março de 2019. O estudo visou medir a produção de feno por hectare, os teores de proteína bruta e fibra em detergente neutro, a digestibilidade in vitro da matéria seca e a produção de gases in vitro. Amostras foram coletadas em três locais distintos do pasto de Mavuno e em quatro épocas de corte diferentes: 28, 35, 42 e 49 dias.

Os resultados mostraram que a produção de feno foi máxima no corte de 42 dias, com 5.211,20 quilos por hectare. O teor de proteína bruta foi mais elevado no corte de 28 dias, alcançando 8,41%, com algumas amostras ultrapassando 10,70%. Surpreendentemente, o teor de proteína das amostras coletadas no corte de 49 dias também foi significativo, atingindo 6,32%.

Além disso, os resultados de volume de gás e digestibilidade in vitro da matéria seca indicaram que o feno de Mavuno mantém padrões de fermentação consistentes em diferentes idades de corte, demonstrando alta digestibilidade mesmo com o avanço da idade do corte. “As melhores idades de corte variaram entre 35 e 42 dias, proporcionando bons resultados tanto em produção quanto em qualidade nutricional. Mesmo com a redução na digestibilidade aos 49 dias, ela ainda se manteve elevada,” destaca Fonseca.

A pesquisa desafiou a literatura existente, que sugere que o aumento da idade de corte pode resultar na falta de substrato nitrogenado para a fermentação. Os resultados reforçam que a Brachiaria híbrida Mavuno possui um potencial notável para produzir feno de alta qualidade e valor nutricional superior em comparação com outras espécies de Brachiária.

Edson de Castro Junior, coordenador técnico da Wolf Sementes, empresa responsável pelo desenvolvimento do Mavuno, ressalta: “O Mavuno continua a demonstrar sua versatilidade e potencial para melhorar a produtividade da pecuária brasileira. Estamos comprometidos em apoiar estudos e pesquisas para explorar ainda mais suas capacidades.”

Fonte: Portal do Agronegócio

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