Publicado em: 16/09/2025 às 08:30hs
O Programa IAC-Quepia de Qualidade de Vestimentas Protetivas Agrícolas (EPI Agrícolas) registrou, recentemente, aumento significativo nas reprovações de qualidade de equipamentos de proteção individual (EPIs) enviados por fabricantes para certificação. Entre 2020, início da pandemia, e 2025, os índices de reprovação chegaram a 60% em testes laboratoriais, cenário que não se via há anos.
Segundo Hamilton Ramos, coordenador do programa, a raiz do problema foi a substituição do hidrorrepelente à base de oito carbonos usado no tratamento de tecidos de EPIs. Por questões ambientais, o composto foi trocado por um similar de seis carbonos, que não conferiu a mesma durabilidade e resistência aos tecidos.
“Essa mudança afetou diretamente a longevidade e a eficácia de determinados modelos de vestimentas protetivas, essenciais para a segurança de trabalhadores rurais em aplicações de defensivos agrícolas”, explicou Ramos. Ele reforça que a indústria de EPIs não é responsável pela falha: o problema está no desempenho do novo composto quando submetido a testes de laboratório.
Com o apoio de empresas brasileiras dos setores de EPI e químico, o IAC-Quepia iniciou pesquisas para encontrar hidrorrepelentes alternativos que suportem lavagens manuais ou industriais sem perda de eficácia, eliminando a necessidade de passadoria.
“Identificamos tecidos que se adaptam ao novo hidrorrepelente, garantindo a proteção necessária ao aplicador de agroquímicos. Agora estamos na fase de testes finais, os chamados testes de reprodutibilidade, para validar a eficácia do tratamento”, detalhou Ramos.
O programa contribuiu para reduzir, no Brasil, as reprovações de EPIs de 80% para 20% em dez anos, elevando a indústria nacional a padrões internacionais de confiabilidade. O objetivo atual é auxiliar a indústria a manter baixos índices de reprovação, mesmo diante das mudanças nos insumos químicos utilizados.
O laboratório Quepia, um dos mais modernos da América Latina em pesquisas de EPIs agrícolas, está disponível para empresas interessadas em desenvolver ou aprimorar a qualidade de vestimentas protetivas. Interessados podem entrar em contato com a instituição para parcerias e testes.
Fonte: Portal do Agronegócio
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