Publicado em: 06/11/2013 às 16:40hs
A extinção e desaparecimento de algumas espécies de plantas foi um dos temas de destaque trazidos no segundo dia de trabalho do Biological Evolution 2013. No workshop, que acontece em Porto Alegre (RS), Fernanda Bered, pesquisadora e geneticista da área de evolução de plantas da UFRGS, falou sobre o trabalho que ela e equipe de cientistas vem realizando com a família das bromélias. Segundo ela, muitas destas plantas têm sido extraídas ilegalmente. “Existe um grande apelo ornamental e a demanda é maior que a procura. Não há produção comercial em larga escala da maioria das espécies”, explica.
Ainda de acordo com a pesquisadora, “esse fato, aliado a destruição do seu habitat natural, faz com que boa parte da família das bromélias já esteja ameaçada de extinção”. A professora cita, como exemplo, a região de Maquiné (RS), de onde as mesmas são retiradas da natureza para serem utilizadas em paisagismo. Segundo ela, é necessário ampliar os estudos nesta área a fim de compreender melhor a biologia destas espécies. “Temos que buscar oportunizar, a partir desta pesquisa, uma produção maior para justamente poder cultivá-las em larga escala, reduzindo o número de extrações ilegais”.
Outra espécie de bromélia que foi estudada pelo grupo, é conhecida como Bananinha do Mato. A planta dá pequenos frutos. É comum na medicina popular como anti-inflamatório e remédio para tosse. Também é utilizada como cerca viva para o gado. O objetivo desta pesquisa, coordenada por Fernanda Bered, busca identificar a diversidade genética de diferentes populações. A pesquisa, futuramente, pode ser aplicada no segmento agro e farmacêutico.
Entre os convidados internacionais do workshop, Thomas J. Givnish (Univ. Wisconsin, USA), abordou, na sua conferência, a diversificação, origem e evolução de diferentes espécies de plantas. De acordo com professor, os aspectos básicos da pesquisa coordenada por ele são importantes para o conhecimento das espécies.
John J. Wien (Univ. Arizona, USA) e Christian Lexer (Univ. Fribourg, Switzerland), falaram sobre a adaptação das plantas a diferentes ambientes – sejam úmidos, secos, nível do mar, entre outros, buscando conhecer melhor os mecanismos envolvidos neste processo. De acordo com os cientistas, esta linha de trabalho é de fundamental importância para o desenvolvimento de plantas tolerantes à seca, ao aumento de temperatura e solos alagados. Na mesa de debates, também estava o pesquisador Cris Kuhlemeier (Univ. Berne, Switzerland).
Sobre o Biological Evolution
Entre os principais eventos de ciência no País, temas atuais sobre evolução biológica estão sendo apresentados por um conjunto de mais de três dezenas de renomados pesquisadores, como descobertas científicas, aspectos instigantes sobre a evolução humana, de plantas e outros organismos. Está sua 4 ª edição e acontece no Campus do Vale, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), no Auditório do Departamento de Genética na Avenida Bento Gonçalves 9500.
Grade completa dos debates em http://www.ufrgs.br/ppgbm/pt/bio_evolution/4th-porto-alegre-biological-evolution-workshop.
Fonte: Evidência Press – Assessoria de Comunicação
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