Publicado em: 21/06/2024 às 09:30hs
A pesquisa realizada pela Embrapa resultou na primeira recomendação de porta-enxertos para limão taiti na Amazônia, destacando-se como um marco para a região. Publicado no periódico Acta Scientiarum Agronomy, o estudo de cinco anos identificou genótipos promissores que promovem alta produtividade e estabilidade para os pomares no estado do Pará, terceiro maior produtor nacional dessa fruta cítrica.
Durante o período de pesquisa, sete genótipos de porta-enxertos foram avaliados, incluindo Sunki Tropical, BRS O S Passos e Citrandarin Indio, entre outros. O estudo focou em características essenciais como altura da planta, volume da copa e eficiência produtiva, revelando que os porta-enxertos recomendados demonstraram adaptação superior ao estresse hídrico e às principais doenças da citricultura.
Fábio de Lima Gurgel, pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental e primeiro autor do artigo, destacou a importância dessas descobertas para o fortalecimento da citricultura na região. Ele enfatizou que o Pará, com seu clima e solo favoráveis, é um cenário ideal para o cultivo sustentável de limão, contribuindo significativamente para a economia local sem impactar negativamente a floresta.
Gurgel ressaltou também a proximidade estratégica da região com a Europa, um dos principais mercados consumidores do limão nacional, o que facilita a exportação e promove investimentos externos na infraestrutura local. Além disso, a adoção de boas práticas como manejo integrado, poda e cobertura vegetal entre linhas contribui para a sustentabilidade social, econômica e ambiental da citricultura na Amazônia.
Geraldo Tavares, gerente de fruticultura da Sedap, destacou que o Pará possui condições edafoclimáticas ideais para a expansão da citricultura, com solo profundo, boa drenagem e alta pluviosidade, o que reduz significativamente os custos de produção. A região, livre das principais doenças que afetam outras áreas do país, como o greening, posiciona-se como um expoente na produção de limão taiti.
Walter dos Santos Soares Filho, líder do Programa de Melhoramento Genético de Citros da Embrapa, enfatizou a importância da diversificação no uso de porta-enxertos, destacando o papel crucial desses materiais na sustentabilidade dos pomares. Ele destacou que novas variedades como o BRS Bravo estão previstas para lançamento em 2025, prometendo maior eficiência e menor uso de área plantada, o que é essencial para manter a saúde dos pomares e a competitividade da região.
A pesquisa também trouxe benefícios econômicos significativos para comunidades extrativistas, como evidenciado no Acre, onde o cultivo de limão taiti proporciona renda adicional aos moradores. A diversificação das atividades produtivas, aliada à alta demanda pelo fruto, tem contribuído para a segurança alimentar e o aumento da renda familiar em regiões como a Reserva Extrativista Chico Mendes.
O estudo reafirma o potencial da região Amazônica não apenas como um produtor de destaque na citricultura nacional, mas também como um modelo de desenvolvimento sustentável para outras regiões tropicais do mundo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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