Cerca de 600 pessoas de diferentes regiões do Brasil estiveram no Centro de Eventos Agrária, no Distrito de Entre Rios, em Guarapuava, na terça-feira (25/07), para o Fórum Nacional de Trigo 2023. O evento é o primeiro de uma série, que tem como objetivo discutir os rumos do cultivo do cereal em território brasileiro.

Abertura - Na abertura do Fórum, o coordenador industrial da Agrária Farinhas e presidente dessa edição do evento, Rudolf Gerber, apresentou um histórico do cultivo do trigo na região, destacando a cultura como a primeira industrializada pela Cooperativa Agrária. “Mais uma vez estamos reunidos para discutir sobre um cereal nobre, global, que é uma matéria-prima com propriedades variáveis e que necessita de alta exigência para produção da farinha, que está presente em mais de 90% dos lares brasileiros”, enfatizou.

Painéis - Pela manhã, a programação do evento trouxe dois painéis que discutiram a qualidade do trigo produzido na safra 2023. O primeiro deles expôs dados sobre o desenvolvimento da triticultura brasileira nos três estados do sul e na região central do país. Já o segundo, contou com a presença de pesquisadores da Argentina, Paraguai e Uruguai. “O trigo é o cereal mais importante da humanidade, suprindo 19% da nossa necessidade por proteínas. Mais do que seu potencial criativo para elaboração de alimentos, ele é essencial para segurança alimentar do planeta”, apontou Eduardo Wilson Assêncio, Superintendente Geral da Abitrigo (Associação Brasileira da Indústria do Trigo).

Rotação de culturas - Outros dois painéis movimentaram a tarde, falando sobre as vantagens de inserir o trigo nos sistemas de rotação de culturas e sobre o futuro da triticultura no Brasil. Além disso, aconteceram palestras relacionadas ao manejo de plantas daninhas e conjuntura de mercado.

Eventos na sequência - À noite, o Fórum Nacional de Trigo 2023 foi sucedido pela 16ª Reunião da Comissão Brasileira de Pesquisa de Trigo e Triticale. O início do evento contou com a presença do Secretário da Seab Paraná (Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento), Norberto Ortigara, e do Secretário Municipal de Agricultura de Guarapuava, Itacir José Vezzaro. A abertura foi marcada pela passagem da presidência da Comissão, então comandada pelo pesquisador da Embrapa Trigo, Gilberto Rocca da Cunha, para o pesquisador da FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária), Juliano Luiz de Almeida.

Homenagem - Em seguida, foi realizada a tradicional homenagem a profissionais que tiveram papel relevante no desenvolvimento do cultivo do trigo no país. Em 2023, os agraciados foram os irmãos Ottoni e André Rosa, proprietários da Biotrigo Genética. “Aprendemos muito e ainda temos muito a aprender sobre o trigo. Desejamos continuar contribuindo com a triticultura brasileira”, afirmou André Rosa.

Lançamento - A programação foi encerrada com o lançamento da Biotrigo Weiss, primeira cultivar brasileira de trigo específica para a fabricação de malte. Criada por meio de uma parceria entre a Fapa, a Agrária Malte e a Biotrigo, a cultivar nasce com a expectativa de incentivar a classe cervejeira nacional a investir em novas receitas. “Vemos que a parceria entre a Agrária e a Biotrigo vai facilitar o acesso das cervejarias ao malte de trigo. A cerveja de trigo na Europa é algo secular e entendemos que o mercado nacional também está se desenvolvendo. Queremos estimular as cervejarias a ousar e investir em novos sabores”, destacou Jeferson Caus, Superintendente de Negócios da Agrária.