Publicado em: 13/12/2013 às 16:30hs
Um sítio cercado de flores e muito capricho que fica em Araripina, no sertão de Pernambuco, chama a atenção.
Quem vê o quintal cheio de canteiros com frutas, verduras e legumes não imagina que toda esta fartura está em uma região devastada pela seca.
A explicação para o oásis em pleno território da seca está no fundo do quintal: uma cisterna calçadão, capaz de armazenar 52 mil litros de água da chuva. Graças a um conjunto de tecnologias simples, baratas e eficazes, é possível minimizar os efeitos da seca e atravessar a estiagem mais severa com menos sofrimento.
Quando chove, a cisterna armazena a água que cai em um calçadão feito com placas de cimento, como se fosse um funil. A água para plantar e a água de beber ficam em locais diferentes.
Outra fonte de renda importante para a agricultora são as galinhas caipiras com a incessante produção de ovos. Com comida e água no sítio, elas não se abalaram, assim, a mesa está sempre farta na casa de Eliete Macedo e ela sabe que tudo isso é possível graças a tecnologia de convivência com a seca.
Outra tecnologia recém-implantada é a cisterna enxurrada. Ela é construída na parte mais baixa do terreno, no trajeto da água que escorre da chuva. Pode armazenar 52 mil litros de água. Caixas de cimento servem como decantadores para filtrar as impurezas. O estoque de água serve para plantar e para o consumo animal.
Outra tecnologia é uma com 28 metros de comprimento e quatro de profundidade. Um buraco mais profundo e mais estreito do que os outros reservatórios comuns na região é chamado de barreiro trincheira. Nestas condições, a evaporação é menor e uma outra vantagem é que dentro do buraco cabem até 500 mil litros de água.
O barreiro foi construído no sítio de Cícera Martins, que está muito satisfeita.
Disposição nunca falta para esta gente. E quando a tecnologia ajuda, tudo o que se planta dá e até o improvável acontece, como produzir morangos no sertão, desafio que Maria Eliete de Brito encarou com a maior categoria.
Armazenando água para beber e plantar, assegurando o estoque de comida para os animais, o sertanejo consegue conviver dignamente com a seca.
A construção das cisternas é um trabalho da organização não-governamental Chapada. O dinheiro vem do programa Água Para Todos.
Até agora, foram entregues 490 cisternas e o ano que vem, a inteção é dobrar este número.
Fonte: Globo Rural
◄ Leia outras notícias