Publicado em: 17/06/2025 às 12:30hs
A Embrapa Suínos e Aves (SC) desenvolveu um software inovador chamado BiosSui, que avalia e fortalece a biosseguridade em granjas de produção de suínos. A biosseguridade é o conjunto de práticas que protegem os rebanhos contra doenças. O sistema, testado no Paraná — um dos principais polos suinícolas do Brasil — gera indicadores de conformidade, oferece recomendações de melhorias e apoia decisões técnicas de produtores, gestores e órgãos de defesa sanitária.
O software funciona via formulário web para coleta de dados e disponibiliza dashboards, mapas, relatórios e recomendações. A avaliação considera 23 critérios relacionados à biosseguridade externa e interna, incluindo infraestrutura e procedimentos essenciais para impedir a entrada de patógenos. O BiosSui reúne conhecimentos e pesquisas da Embrapa que já fundamentam normativas adotadas em estados como Paraná, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul, com expansão para outras regiões.
O Brasil é o quarto maior produtor e o terceiro maior exportador mundial de carne suína. Esse protagonismo está diretamente ligado ao rigor sanitário do país, que é livre de doenças graves que ameaçam a produção. Esse status é resultado da coordenação entre a cadeia produtiva e órgãos oficiais que garantem o cumprimento de protocolos rígidos de biosseguridade.
Segundo o pesquisador Franco Muller Martins, líder do projeto, o BiosSui é fundamental para a suinocultura brasileira, pois permite uma avaliação rápida e padronizada das condições das granjas, orientando tomadas de decisão que ajudam a proteger os rebanhos, reduzir perdas e melhorar a produtividade.
A criação do BiosSui surgiu da necessidade de um padrão para avaliar boas práticas em pesquisas e na produção. O software usa uma metodologia multicritério que avalia a conformidade dos requisitos e posiciona as granjas segundo níveis de adequação, permitindo priorizar ações e mensurar seus impactos na biosseguridade.
O sistema possibilita o gerenciamento individual ou coletivo de granjas, facilitando a análise de conformidade, o ranqueamento e a elaboração de programas de melhoria, atendendo cooperativas, agroindústrias e grupos de produtores.
Em 2024, a Embrapa validou o BiosSui no Paraná com o apoio do Sistema Ocepar, Frimesa, Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e Associação Paranaense de Suinocultores (APS). Essa etapa incluiu testes-piloto, ajustes na ferramenta e capacitação de gestores e fiscais, garantindo que os critérios se adequassem à realidade das granjas.
O sistema tem três módulos principais:
Manter os rebanhos livres de doenças como Peste Suína Africana (PSA) e Síndrome Reprodutiva e Respiratória dos Suínos (PRRS) é uma vantagem competitiva para o Brasil no mercado internacional. O status sanitário é fruto de vigilância contínua e investimentos em biosseguridade, coordenados pelo Ministério da Agricultura e órgãos estaduais.
A pesquisadora Jalusa Kich destaca que o sistema oficial de defesa sanitária apoia a normatização e fiscalização das granjas, reforçando programas como o Programa Nacional de Sanidade Suídea (PNSS). Além disso, a biosseguridade é vista como proteção essencial para os negócios das agroindústrias e produtores, contribuindo para a sustentabilidade e competitividade do setor.
Franco Muller Martins reforça que produtores e indústrias devem fortalecer protocolos de biosseguridade, considerando os principais riscos do dia a dia. Mais do que uma prática técnica, a biosseguridade é uma estratégia nacional vital para garantir a saúde dos rebanhos e a competitividade da suinocultura brasileira.
Fonte: Portal do Agronegócio
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