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O uso de tecnologias e dados baseados na ciência será essencial para o comércio de bens agropecuários das Américas na União Europeia

Tendo os agricultores como protagonistas da transformação dos sistemas agroalimentares, os países da região são chamados a consolidar o seu papel fundamental na segurança alimentar, expressou o Subdiretor Geral do IICA em um seminário internacional


Publicado em: 19/02/2024 às 15:30hs

O uso de tecnologias e dados baseados na ciência será essencial para o comércio de bens agropecuários das Américas na União Europeia

O uso de dados baseados na ciência e da tecnologia, tendo os agricultores como protagonistas da transformação produtiva, são elementos fundamentais para o fortalecimento do comércio de produtos agropecuários das Américas em mercados da União Europeia, foi o que se discutiu em um painel especializado no qual o Subdiretor Geral do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura (IICA), Lloyd Day, participou.

No evento virtual, intitulado “Como a União Europeia exporta suas políticas de proteção de cultivos para o mundo em desenvolvimento?”, Day enfatizou que os países das Américas são responsáveis por um quarto da produção de alimentos e representam um terço de todas as exportações do mundo, de modo que a participação das economias baseadas na agricultura dessa região nos mercados europeus está crescendo.

No entanto, acrescentou, as políticas de proteção de cultivos da União Europeia estão impactando os mercados regionais e não permitem o crescimento das exportações. “As Américas representam 50% da biodiversidade do planeta, de modo que a produção agropecuária desses países é a avalista da segurança alimentar do mundo, e as vozes de seus representantes também devem ser ouvidas na Europa”, observou Day no seminário Web organizado pela Agri-Pulse Communications e patrocinado pela Coalizão de Ação para a Proteção de Cultivos para o Comércio (CPACT, sigla em inglês).

Também participaram do seminário: Macy Merriman, consultora independente com sede em Bruxelas; Lucy M. Namu, química analítica principal do Serviço de Inspeção Fitossanitária do Quênia (KEPHIS); Neil Nagata, Presidente da Nagata Bros. Farms, da Califórnia, EUA; e Hoang Thi Lien, Presidente da Associação de Pimentas do Vietnã.

O Subdiretor Geral do IICA comentou que o Instituto está criando pontes para levar a voz da agricultura regional a foros globais e organismos internacionais, por exemplo, ao Foro Global sobre Agricultura e Alimentação, realizado na Alemanha em janeiro de 2024.

“Há pouco tempo participamos de reuniões com países da União Europeia visando trabalhar em benefício dos produtores agropecuários das Américas, para ter acesso ao mercado e manter relações comerciais com a Europa” explicou.

Day também enfatizou que o Pacto Verde Europeu e normativas semelhantes ao redor do mundo devem ser baseados na ciência para criar impactos positivos reais nas economias dos países que participam deles.

“A ciência, mas não a ciência política, porém os dados baseados na ciência, a tecnologia e a liderança dos agricultores devem ser os pilares para uma transformação dos sistemas agroalimentares das Américas e, assim, garantir a permanência dessas economias nos mercados da União Europeia”, apontou.

Day finalizou a sua participação fazendo referência ao importante papel da agricultura como parte da solução para a crise climática, a partir dos princípios de produzir mais com menos e gerando menores impactos no ambiente.

“Estamos diante uma nova revolução verde, com inovação e tecnologia em todas as suas formas, desde a inteligência artificial, a informática e as ciências da vida; e a combinação desses ramos está criando uma revolução na agricultura” afirmou o Subdiretor Geral do IICA.