Publicado em: 14/07/2025 às 08:00hs
Durante anos, a Internet das Coisas (IoT) foi considerada uma tecnologia restrita a grandes corporações, devido à necessidade de redes privadas, alto investimento e infraestrutura complexa. Para pequenas e médias empresas (PMEs), especialmente as localizadas em áreas rurais ou remotas, implementar soluções conectadas parecia uma meta distante.
Esse cenário, no entanto, mudou com a chegada da IoT via satélite. A nova tecnologia elimina a dependência de torres de celular, redes locais ou energia elétrica constante, permitindo que negócios de menor porte iniciem sua transformação digital de forma acessível, rápida e escalável — mesmo em locais sem cobertura tradicional.
De acordo com dados da Grand View Research, o mercado latino-americano de IoT via satélite movimentou US$ 50,2 milhões em 2024 e deverá alcançar US$ 122,2 milhões até 2030, com crescimento médio anual de 16,2%.
No Brasil, a expansão é ainda mais acelerada: a previsão é que o mercado avance de US$ 11,5 milhões em 2024 para US$ 31,8 milhões em 2030, com uma taxa média de crescimento de 18,6% ao ano.
As pequenas e médias empresas lideram esse crescimento, adotando a tecnologia como alternativa viável frente às limitações da conectividade convencional.
Ao contrário das soluções tradicionais, a IoT via satélite oferece uma série de vantagens operacionais:
Oscar Delgado, diretor de vendas da Myriota para a América Latina, afirma que ainda há resistência entre empresários que acreditam que a IoT exige redes complexas e personalizadas. “Na verdade, já é possível começar com dispositivos prontos, configurados para operar via satélite e que funcionam por anos com pilhas AA”, explica.
Setores como agricultura, logística, energia e meio ambiente já estão aproveitando as vantagens da tecnologia. Entre os usos mais comuns estão o monitoramento de solo, tanques de água e gás, além da verificação de conformidade ambiental.
Esses dados permitem que as empresas tomem decisões mais rápidas e embasadas, promovendo ganhos em produtividade, sustentabilidade e segurança das operações.
Para as PMEs que enfrentam dificuldades em digitalizar suas operações por conta da conectividade limitada, a tecnologia via satélite aliada a dispositivos de uso imediato representa uma mudança significativa.
Com hardware baseado em componentes prontos para uso (COTS), os dispositivos podem ser testados e implantados rapidamente, sem necessidade de ajustes técnicos ou projetos personalizados.
Delgado cita o exemplo do FlexSense: “É uma solução que já vem com a conectividade satelital integrada, pronta para funcionar em campo. As empresas conseguem testar e colocar suas soluções de IoT em operação de forma quase imediata, mesmo sem infraestrutura de comunicação local.”
Outro diferencial da IoT via satélite está na escalabilidade. Pequenas empresas podem iniciar com poucos dispositivos e ampliar o uso conforme crescem, sem precisar reconstruir a infraestrutura. Assim, a inovação tecnológica se torna mais democrática, alcançando empresas de todos os portes.
Ao viabilizar o uso da Internet das Coisas em locais antes inacessíveis, a IoT via satélite está abrindo caminho para que mais empresas — independentemente de tamanho ou localização — entrem na era digital com eficiência, autonomia e baixo custo.
Fonte: Portal do Agronegócio
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